Cientistas criaram uma ‘superenzima’ que decompõe o plástico seis vezes mais rápido

PHOTO COURTESY OF TOM FISK / PEXELS

Em um avanço que pode significar maravilhas para a reciclagem e o descarte do plástico, os cientistas criaram uma nova combinação de enzimas para quebrar o plástico mais rapidamente. Essa “superenzima”, como eles a chamam, não apenas decompõe o plástico seis vezes mais rápido do que os métodos atuais, mas também é mais acessível e pode funcionar em uma escala maior.

Isso é feito por uma equipe de pesquisadores que reprojetou uma enzima que consome plástico em 2018. Eles agora a combinaram com uma segunda enzima para fazer com que tenha grandes implicações na reciclagem de garrafas, roupas e todos os outros resíduos comumente encontrados.

Em um estudo publicado na revista científica PNAS em 28 de setembro, os pesquisadores revelaram que a “superenzima” foi feita pela combinação de duas enzimas separadas – uma enzima que se alimenta de plástico chamada PETase e a nova enzima chamada MHETase. Usando uma técnica comumente usada na indústria de biocombustíveis, os pesquisadores juntaram efetivamente o DNA das duas enzimas para criar uma longa cadeia que formou esta nova mistura de enzimas. As duas enzimas foram derivadas de uma bactéria descoberta no Japão em 2016, que os cientistas descobriram que poderia quebrar o tereftalato de polietileno (PET).

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Embora esta tenha sido a primeira vez que combinaram duas enzimas para quebrar o plástico, os pesquisadores acreditam que ainda há um enorme potencial para ajustar e fazer as enzimas funcionarem mais rápido. “Quando ligamos as enzimas, de forma bastante inesperada, obtivemos um aumento dramático na atividade”, disse John McGeehan, professor de biologia estrutural da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, ao The Guardian. “Essa é uma trajetória para tentar fazer enzimas mais rápidas e mais relevantes industrialmente. Mas também é uma daquelas histórias sobre aprender com a natureza e depois levá-la para o laboratório.”

A poluição por plásticos sempre foi uma das questões ambientais mais urgentes, pois seu descarte rapidamente oprimiu a capacidade do mundo de lidar com eles. Eles levam cerca de 500 anos para se degradar no oceano – se é que o fazem – e mesmo assim, grande parte se decompõe em microplásticos que foram encontrados na vida marinha, na água do oceano e até mesmo nas tripas dos humanos.

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A superenzima pode ter grandes benefícios para a reciclagem do PET, que é o termoplástico mais comum usado em garrafas de bebidas descartáveis e roupas. PET leva centenas de anos para se degradar no meio ambiente. Com isso, ele pode quebrar em alguns dias. Combinar as enzimas que comem plástico com as existentes que quebram as fibras naturais pode permitir que os materiais mistos sejam totalmente reciclados, acrescentou McGeehan.


Publicado em 01/10/2020 12h39

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