Telescópio solar mapeia o campo magnético da coroa solar, ampliando a compreensão sobre o clima espacial e seus efeitos na Terra

O Telescópio Solar Inouye da NSF é um telescópio solar de 4 metros localizado em Maui, Havaí. Aqui, ele fica no topo de Haleakal”, bem acima das nuvens, com os céus coronais perfeitos visíveis ao fundo. Crédito: NSO/NSF/AURA

doi.org/10.1126/sciadv.adq1604
Credibilidade: 989
#Solar 

O Telescópio Solar Daniel K. Inouye, da NSF, conseguiu um avanço significativo ao mapear o campo magnético na coroa solar, o que amplia nossa compreensão sobre o clima espacial e seus efeitos na Terra.

Essa tecnologia oferece detalhes sem precedentes sobre as propriedades magnéticas da atmosfera externa do Sol, essenciais para prever tempestades solares e proteger a infraestrutura tecnológica da Terra.

O Telescópio Solar Inouye:

O Telescópio Solar Daniel K. Inouye, da Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF), é o mais poderoso telescópio solar do mundo. Projetado e operado pelo Observatório Solar Nacional (NSO), ele alcançou um grande avanço na física solar ao mapear diretamente a intensidade do campo magnético na coroa solar, a parte mais externa da atmosfera do Sol, que pode ser vista durante um eclipse total. Esse avanço promete melhorar nossa compreensão sobre o clima espacial e seu impacto na sociedade, cada vez mais dependente de tecnologia.

O Telescópio Solar Daniel K. Inouye da NSF apresenta seu primeiro mapa dos sinais do campo magnético coronal solar medidos usando o Efeito Zeeman. O Efeito Zeeman polariza a emissão coronal, o que requer os avanços do Telescópio Solar Inouye para medir, pois seus sinais são apenas algumas partes por bilhão do brilho da superfície do Sol. A imagem de fundo identifica a região observada em detalhes por Inouye, conforme imageado pelo Observatório de Dinâmica Solar da NASA em luz ultravioleta. Crédito: NSF/NSO/AURA

Desvendando os Mistérios Magnéticos da Coroa Solar

O campo magnético do Sol cria regiões em sua atmosfera, geralmente associadas a manchas solares, que armazenam enormes quantidades de energia. Essa energia alimenta tempestades solares explosivas e impulsiona o clima espacial. A coroa solar é uma região super aquecida onde esses fenômenos magnéticos ocorrem. Mapear os campos magnéticos na coroa é fundamental para entender e prever o clima espacial, o que ajuda protegendo nossa tecnologia tanto na Terra quanto no espaço.

Implicações para a Proteção da Tecnologia na Terra:

O campo magnético da Terra nos protege dos ventos solares, preservando nossa atmosfera e permitindo a vida. No entanto, partículas energéticas e campos eletromagnéticos de erupções solares extremas podem prejudicar satélites, redes de energia e outros sistemas tecnológicos dos quais dependemos cada vez mais. Compreender essas interações, que podem variar de dias a séculos, é essencial para proteger nossa infraestrutura e nosso estilo de vida.

Medir as propriedades magnéticas da coroa solar sempre foi um desafio para os astrônomos e os limites da tecnologia. Hoje, o Telescópio Inouye é a instalação mais avançada projetada para estudar a coroa solar e, pela primeira vez, produziu mapas detalhados do campo magnético da coroa, os mais precisos até agora.

Conheça o Telescópio Solar Inouye

Uma Nova Era na Física Solar

Desde a década de 1950, físicos solares têm mapeado os campos magnéticos na superfície do Sol, fornecendo informações valiosas. No entanto, os mapas dos campos magnéticos nas áreas acima da superfície, como a coroa solar, sempre foram um objetivo crucial, pois é nessas regiões que as tempestades solares se originam. O Telescópio Inouye, localizado no cume do vulcão Haleakal”, no Havaí, agora tem a capacidade de atender a essa necessidade crítica.

Avanço na Observação Solar:

O Telescópio Inouye criou seus primeiros mapas detalhados do campo magnético da coroa solar utilizando o Efeito Zeeman, que mede as propriedades magnéticas observando a divisão das linhas espectrais. Essas linhas espectrais são marcas específicas que aparecem em determinados comprimentos de onda no espectro eletromagnético, representando a luz absorvida ou emitida por átomos ou moléculas. Elas são como “impressões digitais” que permitem aos cientistas identificar a composição química e as propriedades físicas dos objetos celestes.

Quando expostas a um campo magnético, como o do Sol, essas linhas se dividem, revelando as propriedades magnéticas do objeto. Tentativas anteriores de detectar esses sinais, feitas há cerca de duas décadas (Lin et al., 2004), não tinham o nível de detalhe necessário para investigações científicas extensas. Hoje, as capacidades incomparáveis do Telescópio Inouye permitem estudos detalhados e regulares desses sinais cruciais.


Publicado em 06/10/2024 22h26

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