doi.org/10.1016/j.gie.2024.04.1784
Credibilidade: 989
#Insulin
Um novo tratamento combinando ReCET e semaglutida pode eliminar a necessidade de insulina no diabetes tipo 2, com 86% dos participantes em um estudo não precisando mais de terapia com insulina. O tratamento foi seguro e bem tolerado, e novos testes estão planejados para confirmar esses resultados.
Pesquisas inovadoras apresentadas na UEG Week 2024 introduzem uma abordagem promissora para o tratamento do diabetes tipo 2 (T2D), que tem o potencial de reduzir significativamente ou até mesmo eliminar a necessidade de terapia com insulina.
Essa abordagem inovadora, que combina um novo procedimento chamado ReCET (Re-Cellularização por Terapia de Eletroporação) com semaglutida, resultou na eliminação da terapia com insulina para 86% dos pacientes.
Globalmente, o T2D afeta 422 milhões de pessoas, com a obesidade sendo reconhecida como um fator de risco importante. Enquanto a terapia com insulina é comumente usada para controlar os níveis de açúcar no sangue em pacientes com T2D, ela pode causar efeitos colaterais como ganho de peso e complicar ainda mais o manejo do diabetes. Por isso, há necessidade de estratégias de tratamento alternativas.
Desenho do Estudo e Resultados:
O estudo, realizado pela primeira vez em humanos, incluiu 14 participantes com idades entre 28 e 75 anos, e índices de massa corporal variando de 24 a 40 kg/m². Cada participante passou pelo procedimento ReCET sob sedação profunda, um tratamento destinado a melhorar a sensibilidade do corpo à própria insulina. Após o procedimento, os participantes seguiram uma dieta líquida de duas semanas com calorias controladas, e depois a dose de semaglutida foi aumentada gradualmente até 1 mg por semana.
De forma impressionante, no acompanhamento de 6 e 12 meses, 86% dos participantes (12 de 14) não precisavam mais de terapia com insulina, e esse sucesso continuou até o acompanhamento de 24 meses. Em todos esses casos, os pacientes mantiveram o controle do açúcar no sangue, com níveis de HbA1c abaixo de 7,5%.
Tolerância e Segurança:
A dose máxima de semaglutida foi bem tolerada por 93% dos participantes; apenas uma pessoa não conseguiu aumentar para a dose máxima devido a náusea. Todos os pacientes completaram o procedimento ReCET com sucesso, e não foram relatados efeitos adversos graves.
A Dra. Celine Busch, autora principal do estudo, comentou: “Esses achados são muito animadores, sugerindo que o ReCET é um procedimento seguro e viável que, quando combinado com semaglutida, pode eliminar efetivamente a necessidade de terapia com insulina.”
“Diferentemente da terapia com medicamentos, que exige que os pacientes tomem remédios todos os dias, o ReCET não depende da adesão constante, abordando uma questão crítica no gerenciamento do T2D. Além disso, o tratamento modifica a doença: melhora a sensibilidade do paciente à sua própria insulina (endógena), atacando a causa principal da doença, ao contrário das terapias medicamentosas disponíveis, que no máximo controlam a doença.”
Próximos Passos:
Os pesquisadores planejam realizar estudos maiores, com testes controlados randomizados, para validar ainda mais esses resultados. A Dra. Busch acrescentou: “Estamos atualmente conduzindo o estudo EMINENT-2 com os mesmos critérios de inclusão e exclusão e administração de semaglutida, mas com um procedimento falso ou o ReCET. Este estudo também incluirá avaliações para entender o mecanismo por trás do ReCET.”
Publicado em 26/10/2024 15h25
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