O ´Monkeydactyl´ pode ser a criatura mais antiga conhecida com polegares opositores

Um pterossauro recém-descoberto do Período Jurássico pode ter usado seus polegares opositores para se agarrar a galhos de árvores e pegar alimentos como cigarras.

Os futuros filmes de Jurassic Park podem apresentar um novo animal estranho no zoológico: um pterossauro apelidado de Monkeydactyl por causa de seus polegares opositores.

Este réptil voador do Período Jurássico pode ser o animal mais antigo conhecido que poderia tocar a parte interna de seus polegares na parte interna de seus outros dedos, relatam pesquisadores online em 12 de abril na Current Biology. Tal destreza provavelmente permitiu que o Monkeydactyl escalasse árvores cerca de 160 milhões de anos atrás, talvez para se alimentar de insetos e outras presas que os pterossauros não escaladores não faziam, dizem os pesquisadores. A última metade do nome oficial da criatura, Kunpengopterus antipollicatus, vem das palavras “oposto” e “polegar” no grego antigo.

Os restos fossilizados de Monkeydactyl, descobertos no nordeste da China em 2019, estão incrustados na rocha. Então, a equipe usou a varredura micro-CT para criar uma renderização 3-D do fóssil. “Com esse detalhe, podemos olhar o fóssil de qualquer ângulo e ter certeza de que os ossos estão no lugar certo [original]”, diz o co-autor do estudo Rodrigo Pêgas, paleontólogo da Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo, Brasil.

A mão fossilizada de Monkeydactyl mostra o polegar oposto (na imagem, dedo superior) voltado para a direção oposta de seus outros dedos com garras.

X. ZHOU ET AL / CURRENT BIOLOGY 2021


Essas varreduras ajudaram a confirmar que o esqueleto tinha um polegar opositor bem preservado em cada mão. “Quase todos os animais modernos que têm polegares opositores os usam para subir em árvores”, diz Pêgas, incluindo primatas e algumas pererecas. Essa evidência, junto com a aparente flexibilidade das articulações de Monkeydactyl, sugere que esta espécie era bem adequada para escalar galhos de árvores.


Publicado em 16/04/2021 00h50

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