Dinossauro gigante ‘Death Shadow’ encontrado na Argentina é o maior Megaraptor já registrado

Impressão artística do megaraptor. (Agustín Ozan)

Paleontólogos argentinos anunciaram a descoberta de um dinossauro predador que media três andares do nariz à cauda e eviscerou sua presa com garras afiadas e curvas.

O gigante de seis toneladas, o maior megaraptor descoberto até hoje, se alimentou de dinossauros menores que rasgou em pedaços com suas garras antes de cavar seus intestinos, disse o paleontólogo Mauro Aranciaga à AFP.

Teria sido o “predador do ápice” de seu tempo, disse Aranciaga – bem merecedor de seu assustador nome científico Maip macrothorax.

Novas compara os fósseis de macrotórax de Maip com um livro. (Juan Mabromata/AFP)

A primeira parte, ‘Maip’, é derivada de uma figura mitológica “mau” do povo indígena Aonikenk da Patagônia.

O personagem foi associado à “sombra da morte” que “mata com vento frio” nas montanhas dos Andes, de acordo com um estudo que relata a descoberta na revista Nature Scientific Reports.

A segunda parte, macrotórax, refere-se à enorme extensão da cavidade torácica da criatura – cerca de 1,2 metros (3,9 pés) de largura.

‘Sonho de infância’

O monstro recém-identificado media de 9 a 10 metros (33 pés) de comprimento, maior do que qualquer tipo de megaraptor descoberto anteriormente – um grupo de gigantes carnívoros que já vagaram pelo que hoje é a América do Sul, de acordo com a equipe de Aranciaga.

Ele viveu cerca de 70 milhões de anos atrás, no final do período Cretáceo, no que era então uma floresta tropical, muito antes da cordilheira dos Andes e das geleiras que agora definem a Patagônia.

Os pesquisadores verificam os ossos fósseis do macrotórax Maip. (Juan Mabromata/AFP)

O réptil assassino tinha duas garras afiadas e curvas por pata dianteira, cada uma com cerca de 40 centímetros de comprimento.

Aranciaga, agora com 29 anos, teve a sorte de encontrar o primeiro pedaço de Maip em sua primeira expedição profissional há três anos à província argentina de Santa Cruz.

Isso levou a meses de escavação meticulosa, limpeza e classificação de um grande esconderijo de ossos: vértebras, bem como pedaços de costela, quadril, cauda e braço.

“Quando levantei a vértebra e vi que tinha as características de um megaraptor, foi realmente uma emoção enorme”, lembrou Aranciaga.

“De alguma forma, realizei meu sonho de infância… encontrar um novo fóssil e se tornar um megaraptor: o grupo no qual me especializo”, disse ele à AFP.

Maip foi um dos últimos megaraptores a habitar a Terra antes da extinção dos dinossauros, cerca de 66 milhões de anos atrás, segundo Fernando Novas, do Laboratório de Anatomia Comparada do Museu Argentino de Ciências Naturais.

É também o megaraptor mais ao sul já encontrado, acrescentou Aranciaga, bolsista de doutorado do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet).


Publicado em 07/05/2022 21h23

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