Novo estudo relaciona deficiência intestinal de vitamina B à doença de Parkinson

Na doença de Parkinson, foi encontrada uma redução nas bactérias intestinais dos genes responsáveis pela síntese das vitaminas B essenciais B2 e B7. Crédito: Reiko Matsushita

doi.org/10.1038/s41531-024-00724-z
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#Parkinson 

Pesquisadores da Universidade de Nagoya descobriram que deficiências nos genes das bactérias intestinais para vitaminas B2 e B7 estão ligadas à doença de Parkinson, sugerindo que a suplementação de vitamina B poderia ser um tratamento potencial

Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de Nagoya, no Japão, descobriu uma conexão entre a microbiota intestinal e a doença de Parkinson (DP).

Os pesquisadores observaram uma diminuição nos genes das bactérias intestinais responsáveis pela síntese das vitaminas B essenciais B2 e B7.

Além disso, encontraram uma ligação entre a deficiência desses genes e a redução dos níveis de agentes que ajudam a preservar a integridade da barreira intestinal.

Essa barreira impede que as toxinas entrem na corrente sanguínea, o que causa a inflamação observada na DP.

Suas descobertas, publicadas no npj Parkinson’s Disease, sugerem que o tratamento com vitaminas B para tratar essas deficiências pode ser usado para tratar a DP.

A DP é caracterizada por uma variedade de sintomas físicos que dificultam as atividades diárias e a mobilidade, como tremores, movimentos lentos, rigidez e problemas de equilíbrio.

Embora a frequência da DP possa variar entre diferentes populações, estima-se que afete aproximadamente 1-2% dos indivíduos com 55 anos ou mais.

Vários processos fisiológicos são fortemente influenciados pelos microrganismos encontrados no intestino, que são conhecidos coletivamente como microbiota intestinal.

Em condições ideais, a microbiota intestinal produz SCFAs e poliaminas, que mantêm a barreira intestinal que impede a entrada de toxinas na corrente sanguínea.

As toxinas no sangue podem ser transportadas para o cérebro, onde causam inflamação e afetam processos de neurotransmissão que são essenciais para a manutenção da saúde mental.

O Processo de Pesquisa Para entender melhor a relação entre as características microbianas do intestino na DP, Hiroshi Nishiwaki e Jun Ueyama, da Faculdade de Medicina da Universidade de Nagoya, conduziram uma metanálise de amostras de fezes de pacientes com DP do Japão, dos Estados Unidos, da Alemanha, China e Taiwan.

Eles usaram sequenciamento shotgun, uma técnica que sequencia todo o material genético de uma amostra.

Esta é uma ferramenta inestimável porque oferece aos pesquisadores uma melhor compreensão da comunidade microbiana e da composição genética da amostra.

Eles observaram uma diminuição nos genes bacterianos responsáveis pela síntese de riboflavina (vitamina B2) e biotina (vitamina B7) em pacientes com diagnóstico de DP.

A riboflavina e a biotina, derivadas da microbiota alimentar e intestinal, têm propriedades anti-inflamatórias, que podem neutralizar a neuroinflamação observada em doenças como a DP.

O papel das vitaminas B As vitaminas B desempenham papéis cruciais nos processos metabólicos que influenciam a produção e as funções dos ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) e das poliaminas, dois agentes que ajudam a manter a integridade da barreira intestinal, evitando que as toxinas entrem na corrente sanguínea.

Um exame dos metabólitos fecais revelou reduções em ambos em pacientes com DP.

Os resultados indicam uma explicação potencial para a progressão da DP.

As deficiências em poliaminas e SCFAs podem levar ao adelgaçamento da camada de muco intestinal, aumentando a permeabilidade intestinal, ambos observados na DP, explicou Nishiwaki.

Esta maior permeabilidade expõe os nervos a toxinas, contribuindo para a agregação anormal de alfa-sinucleína, ativando as células imunológicas no cérebro e levando à inflamação de longo prazo.

– Ele acrescentou: A terapia de suplementação direcionada à riboflavina e à biotina é promissora como uma via terapêutica potencial.

para aliviar os sintomas da DP e retardar a progressão da doença.- Os resultados do estudo destacam a importância de compreender a complexa relação entre a microbiota intestinal, as vias metabólicas e a neurodegeneração.

Nos próximos anos, a terapia poderá ser potencialmente personalizada com base no perfil único do microbioma de cada paciente.

Ao alterar os níveis bacterianos no microbioma, os médicos podem potencialmente atrasar o início dos sintomas associados a doenças como a DP.

Poderíamos realizar análises da microbiota intestinal em pacientes ou realizar análises de metabólitos fecais”, disse Nishiwaki.

Usando essas descobertas, poderíamos identificar indivíduos com deficiências específicas e administrar suplementos orais de riboflavina e biotina àqueles com níveis diminuídos, criando potencialmente um tratamento eficaz.-


Publicado em 06/07/2024 10h23

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