Estudo inovador revela pistas moleculares sobre as origens da demência

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doi.org/10.1016/j.cell.2024.08.019
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#Demência 

Um estudo recente identificou pela primeira vez “marcadores moleculares” associados à degeneração celular em várias formas de demência, como o Alzheimer, a demência frontotemporal (FTD) e a paralisia supranuclear progressiva (PSP). Esses marcadores são alterações detectáveis nas células e em suas redes de regulação genética. A descoberta pode ser um grande avanço na busca por causas e tratamentos para essas doenças.

Abordagem Inovadora na Pesquisa

Tradicionalmente, os estudos de demência focavam em um único tipo de distúrbio e comparavam células saudáveis com as afetadas. Porém, neste estudo, os cientistas analisaram três formas diferentes de demência que compartilham a “patologia do tau”, uma proteína anormal que se acumula em regiões específicas do cérebro. Ao realizar análises genômicas em mais de 1 milhão de células, eles encontraram marcadores moleculares tanto comuns quanto específicos para cada tipo de demência.

Como Diferentes Áreas do Cérebro e Células Influenciam a Neurodegeneração:

Doenças neurodegenerativas afetam regiões específicas do cérebro, o que explica por que os sintomas variam entre as condições. Ao estudar diferentes regiões cerebrais, os pesquisadores descobriram quatro genes que são vulneráveis em todas as três formas de demência. Essa descoberta pode abrir caminho para novas terapias, já que esses genes podem servir como alvos para o desenvolvimento de tratamentos.

Um estudo liderado pela UCLA identificou marcadores moleculares compartilhados e específicos da doença em Alzheimer, demência frontotemporal e paralisia supranuclear progressiva, revelando novos alvos terapêuticos e avançando na compreensão da neurodegeneração. Crédito: SciTechDaily.com

Novas Perspectivas para Terapias

O estudo identificou mudanças únicas no Alzheimer, como mecanismos de “resiliência celular”, onde algumas células conseguem resistir melhor à degeneração. Além disso, eles descobriram que áreas do cérebro, como o córtex visual, que antes não eram associadas à demência, também apresentam alterações, especialmente em casos de PSP.

Essas descobertas oferecem novas oportunidades para o desenvolvimento de medicamentos. O próximo passo dos cientistas será validar essas descobertas em experimentos adicionais, com o objetivo de explorar mais profundamente como essas alterações celulares podem ser revertidas ou controladas para combater a progressão da demência.

Impacto e Próximos Passos:

Com mais de 28 milhões de pessoas afetadas por essas doenças em todo o mundo, os pesquisadores acreditam que o estudo vai inspirar novos trabalhos que cruzam diferentes tipos de distúrbios. Ao identificar essas alterações em nível celular, será possível criar um “mapa terapêutico” mais detalhado, que leve em conta as especificidades de cada doença, para desenvolver tratamentos mais eficazes.

Esse trabalho é um grande passo na compreensão das demências e oferece uma nova esperança para quem luta contra essas condições devastadoras.


Publicado em 01/10/2024 02h47

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