Cientistas descobrem como as gorduras saturadas desencadeiam o Alzheimer

Um estudo recente da URV mostrou que uma dieta rica em gorduras saturadas acelera o desenvolvimento da doença de Alzheimer, afetando as moléculas do sangue e do cérebro, abrindo novos caminhos para o tratamento e prevenção.

doi.org/10.3390/nu16070955
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#Alzheimer 

Esta pesquisa, conduzida pela Universitat Rovira i Virgili, avança nosso conhecimento sobre como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a doença de Alzheimer estão interligados.

Um estudo realizado pela URV descobriu o processo pelo qual uma dieta rica em gorduras saturadas contribui para a doença de Alzheimer.

Esta pesquisa centrou-se no impacto dessa dieta em moléculas específicas presentes no sangue e em outros tecidos como o cérebro, que servem como indicadores e controladores da doença.

O estudo foi liderado por Mònica Bulló, professora do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia e membro da unidade de Saúde Metabólica e Nutrição e do Centro de Tecnologia Ambiental, Alimentar e Toxicológica (TecnATox) da URV, em colaboração com o Instituto de Pesquisa em Saúde Pere Virgili.

(IISPV), CIBERobn e Universidade de Barcelona.

Os resultados foram publicados na revista Nutrients.

A pesquisa foi conduzida em modelos de ratos que desenvolveram a doença de Alzheimer na idade adulta.

Estudos anteriores realizados nestes animais já tinham demonstrado que, após uma dieta rica em gorduras saturadas, os ratos desenvolviam a doença de Alzheimer muito mais cedo do que os ratos com uma dieta convencional.

No entanto, os mecanismos que levaram ao aparecimento da doença de Alzheimer permaneceram desconhecidos.

Isto é, até agora.

Principais descobertas sobre mudanças moleculares:

Os pesquisadores analisaram a expressão de 15 miRNAs, pequenas moléculas de RNA que desempenham um papel crucial na regulação genética tanto no plasma quanto nos tecidos cerebrais.

A equipe examinou mudanças nos miRNAs relacionados à insulina em modelos de camundongos predispostos à doença de Alzheimer que não seguiam uma dieta pobre em gorduras saturadas.

Os resultados demonstraram que o metabolismo piorou após seis meses de dieta: o peso corporal aumentou significativamente e a resposta à glicose e à insulina diminuiu.

Essas mesmas características também podem ser encontradas em pessoas com obesidade ou diabetes tipo 2.

Além disso, os pesquisadores encontraram alterações em vários miRNAs no sangue e no cérebro.

Essas alterações estavam relacionadas a processos que podem causar danos cerebrais, como o acúmulo de placas “-amilóides (depósitos de proteínas que se formam no cérebro e que são marcadores do Alzheimer), a produção excessiva da proteína tau (que pode danificar as células cerebrais quando fica fora de controle) e inflamação no cérebro.

“Os resultados deste estudo são um passo em frente na nossa compreensão desta doença e podem explicar a relação entre obesidade, diabetes tipo 2 e o aparecimento da doença de Alzheimer.

As descobertas também oferecem novos alvos para a possível prevenção e tratamento da doença”, disse a pesquisadora Mònica Bulló.

O estudo não só fornece novos dados sobre como uma dieta rica em gordura pode afetar a saúde do cérebro, mas também abre a porta para o futuro.

pesquisa sobre estratégias dietéticas como forma de tratar a doença de Alzheimer.

Os resultados sublinham a importância de uma dieta equilibrada na prevenção de doenças neurodegenerativas e destacam os miRNAs como alvos para intervenções terapêuticas.


Publicado em 12/05/2024 23h32

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