Usando a Inteligência Artificial para contar e mapear crateras na lua

Vista lateral da cratera Moltke tirada da Apollo 10. Crédito: Domínio Público

Uma equipe de pesquisadores afiliados a várias instituições na China, uma da Itália e outra da Islândia, usou um aplicativo de inteligência artificial de aprendizado de máquina para contar e observar a localização de mais de 100.000 crateras na lua. Em seu artigo publicado na revista Nature Communications, o grupo descreve a programação de seu sistema para reconhecer crateras, treinando-o com dados coletados por orbitadores lunares chineses.

Trabalhos anteriores de identificação e mapeamento de crateras na lua tendem a ser um processo lento – geralmente feito à mão, com pesquisadores estudando fotografias e transferindo essas observações para mapas ou globos lunares. Nesse novo esforço, os pesquisadores descobriram uma maneira de acelerar drasticamente o processo, ensinando um computador a identificar crateras e depois contá-las.

Ensinar um computador a reconhecer crateras na lua tem sido um processo difícil devido às muitas formas que as crateras podem assumir. Nem todos são redondos e têm idades diferentes, o que significa que as características definidoras se desgastaram por longos períodos de tempo. Os cientistas gostariam de mapear todas as crateras da lua e datar cada uma delas – isso poderia fornecer uma maneira única de estudar a história do sistema solar.

A nova abordagem da equipe que trabalha na China envolveu o treinamento de um aplicativo de aprendizado de máquina no básico de crateras. Ele foi então treinado para ver crateras com uma perspectiva mais ampla com dados dos orbitadores lunares Chang’e-1 e Chang’e-2 da China. Depois que o sistema aprendeu o que procurar, os pesquisadores o usaram para analisar os dados da sonda Chang’e 5, que fazia parte da missão chinesa que recuperava rochas da superfície lunar. O aplicativo AI usou esses dados para identificar e contar crateras nas regiões de latitude média e baixa da lua. O novo sistema contou 109.956 crateras – muito mais do que jamais foi contado na lua antes. Ele também manteve o controle da localização de cada uma das crateras que encontrou e colocou cada uma em um período de tempo geológico predefinido com base em quanto a cratera havia erodido.


Publicado em 24/12/2020 10h57

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