A Rússia se afasta da NASA e diz que vai trabalhar com a China em uma base lunar

A China quer uma presença de longo prazo na Lua em 2030.

Os chefes das agências espaciais chinesas e russas assinaram um acordo na terça-feira para trabalharem juntos na construção de uma estação “científica” na lua.

Nos termos de um memorando de entendimento, os dois países irão cooperar na criação de uma “Estação Internacional Lunar de Ciência” e planejam convidar outros países a participarem. O acordo foi assinado por Zhang Kejian, diretor da Administração Espacial Nacional da China, e Dmitry Rogozin, chefe da corporação espacial russa Roscosmos. O acordo foi anunciado pela Roscosmos.

Os detalhes sobre o projeto foram bastante esparsos, especificando apenas que os países trabalhariam juntos para criar instalações de pesquisa na superfície e / ou em órbita ao redor da lua. O objetivo era estabelecer instalações não fechadas de longo prazo na Lua e construir as capacidades para uma presença humana lá.

A China já havia divulgado suas ambições de construir uma estação lunar internacional no Pólo Sul da Lua, começando com missões robóticas e seguido por missões humanas de curto prazo no início de 2030. O país planeja estabelecer uma presença humana de longo prazo no Pólo Sul – que se acredita conter grandes reservas de gelo de água – durante o período de 2036 a 2045. Esses planos foram inicialmente discutidos em uma reunião do Subcomitê do Comitê de os usos pacíficos do espaço sideral no ano passado e foram relatados pelo Space News.

Anteriormente, a Agência Espacial Europeia também manifestou interesse em fazer parceria com a China em futuras missões à Lua.

Artemis Accords

Este anúncio mais recente foi feito depois que os Estados Unidos, sob o comando do novo presidente Joe Biden, confirmaram que continuarão com o plano da Artemis de devolver astronautas da NASA, e de agências parceiras, à Lua em algum momento da década de 2020. A NASA também gostaria de estabelecer uma base lunar e avaliar a viabilidade dos recursos hídricos no pólo sul.

Como parte desse plano de exploração, a NASA estabeleceu os “Acordos Artemis”, uma série de acordos bilaterais com agências espaciais de outros países que desejam aderir ao Programa Artemis. Essencialmente, as nações parceiras precisariam concordar com dez normas básicas como parte de suas atividades espaciais, como operar de forma transparente e liberar dados científicos. Vários países já assinaram, e mais espera-se a seguir.

A Rússia estava visivelmente ausente em assinar esses acordos. A nação tem trabalhado com sucesso com os EUA e outros parceiros internacionais por mais de duas décadas na construção e operação da Estação Espacial Internacional em órbita baixa da Terra. No entanto, Rogozin criticou os Acordos de Artemis como sendo muito “centrados nos EUA”.

Este último acordo Rússia-China sugere que o relacionamento duradouro que a NASA e a Roscosmos têm mantido por décadas pode chegar a um ponto de ruptura no que diz respeito à exploração do espaço profundo. E embora o termo “corrida espacial” seja certamente um clichê, pode ser no que a NASA e seus parceiros se encontram com a China e a Rússia quando se trata de retornar à Lua.


Publicado em 10/03/2021 09h32

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