Há bilhões de anos, Marte pode ter sido enterrado sob poderosas e gigantescas megainundações.
Nos últimos anos, os cientistas descobriram evidências de uma quantidade considerável de água na superfície de Marte. Mas isso é apenas a ponta do iceberg: a pesquisa publicada este mês na revista Nature Scientific Reports sugere que “megaflores” [inundações de explosão] gigantescos podem ter esculpido as características da superfície do Planeta Vermelho e até alterado seu clima, mudando enormemente nossa compreensão do passado de Marte.
Proporções Bíblicas
Os cientistas da Universidade Cornell e do Instituto de Tecnologia da Califórnia por trás da pesquisa suspeitam que as enchentes começaram quando um meteorito atingiu Marte há cerca de 4 bilhões de anos.
O impacto teria gerado calor suficiente para derreter os reservatórios de gelo de Marte, liberando vapor de água na atmosfera e criando nuvens de tempestade que cobrem o planeta, de acordo com um comunicado de imprensa da Cornell.
Varrido para longe
O resultado final – que os cientistas identificaram usando dados do rover Curiosity da NASA – é que as inundações moldaram a superfície de Marte em ondas de rocha e poeira de 9 metros de altura. A própria água se foi há muito tempo – mas os cientistas especulam que as enchentes significam que o planeta pode ter sido habitável na época.
“No início, Marte era um planeta extremamente ativo do ponto de vista geológico”, disse o co-autor do estudo Alberto Fairén, astrobiólogo em visita a Cornell, na nota. “O planeta tinha as condições necessárias para suportar a presença de água líquida na superfície – e na Terra, onde há água, há vida.”
Publicado em 27/11/2020 17h21
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