O papel do magma no nascimento do Oceano Atlântico

Uma abordagem avançada de análise de dados revela que o magmatismo acompanhou o rompimento continental na margem pobre em magma da Nova Escócia, retratada aqui. Crédito: Observatório da Terra da NASA

O Oceano Atlântico nasceu há cerca de 200 milhões de anos, quando o supercontinente Pangea começou a se desintegrar. À medida que a crosta continental se esticava e fraturava, a crosta oceânica tomava seu lugar.

Para investigar esse processo de rifting, os cientistas podem analisar a estrutura da atual margem leste da América do Norte, onde a América do Norte e o Oceano Atlântico se encontram. A composição da crosta e do manto superior fornece pistas sobre os processos geológicos que acompanharam a ruptura continental.

Uma atividade que pode ser importante nesse processo é o magmatismo. Por exemplo, a porção da margem leste da América do Norte associada ao leste dos Estados Unidos possui seções espessas de rocha ígnea que a classificam como rica em magma. No entanto, também existem partes pobres em magma da margem da Nova Escócia e Terra Nova. Usando uma abordagem avançada de análise de dados, Jian et al. desenvolveram um modelo sísmico de alta resolução para investigar a margem da Nova Escócia, pobre em magma.

A equipe usou uma técnica conhecida como inversão de onda completa para analisar ondas sísmicas capturadas por 78 sismômetros do fundo do oceano em resposta a pulsos de uma série de canhões de ar. Ao incluir todas as informações nas formas de onda sísmicas, os pesquisadores produziram um modelo de velocidade de alta resolução que foi usado para produzir uma imagem detalhada indicando como as ondas sísmicas foram refletidas em diferentes posições e profundidades.

Com base nesses dados, Jian e colegas identificaram domínios distintos na margem, representando estágios de formação de fendas. Eles descobriram características sugerindo que um evento magmático acompanhou a ruptura continental final na margem da Nova Escócia. Este evento forma uma fronteira entre a crosta continental afinada e a crosta oceânica.

Esses resultados fornecem uma nova imagem sobre o que aconteceu em uma região ao largo do nordeste da Nova Escócia que se pensava ser amagmática. As descobertas suportam evidências de um papel do magmatismo na separação continental em margens pobres em magma também em outros lugares.


Publicado em 25/01/2022 18h47

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