doi.org/10.1038/s41467-024-46870-z
Credibilidade: 999
#Embriões
Uma equipe de bioengenheiros do Instituto Gulbenkian de Ciência, em Portugal, descobriu que a inativação do gene Tgfbr1 em embriões de ratinho resulta num desenvolvimento alterado na região do tronco à cauda.
Em seu estudo, publicado na revista Nature Communications, o grupo fez experiências com proteínas receptoras Tgfbr1 e ficou surpreso ao descobrir que havia projetado um embrião de camundongo de seis patas sem genitália externa.
Pesquisas anteriores mostraram que na maioria dos animais de quatro membros, o controle dos membros posteriores e da genitália externa durante o desenvolvimento está centrado nas mesmas estruturas básicas.
Para este novo estudo, a equipe de pesquisa modificou ratos geneticamente para aprender mais sobre esse desenvolvimento.
A equipe voltou seu foco para proteínas receptoras que se desenvolvem com base nas vias de sinalização Tgfbr1 – eles as ligaram e desligaram para ver o que aconteceria com um embrião de camundongo à medida que ele se desenvolvesse.
Num caso, depois de inactivar o gene e depois deixar o rato progredir ao longo do seu desenvolvimento até aproximadamente a meio caminho do nascimento, os investigadores descobriram que ele tinha seis pernas e não tinha genitália externa e que as pernas extra estavam a crescer onde a genitália deveria crescer.
Quando repetiram o processo, encontraram o mesmo resultado: seis pernas tanto nos homens como nas mulheres, sem pénis nos homens e sem clitóris nas mulheres.
O resultado foi uma surpresa para a equipe de pesquisa e mudou o curso de seu trabalho para se concentrar no motivo pelo qual o resultado aconteceu.
Olhando mais de perto, descobriram que as proteínas receptoras Tgfbr1 estavam diretamente envolvidas no controle do desenvolvimento de certas protoestruturas que se transformam em membros ou genitália, e fizeram-no alterando a forma como o DNA se dobra nas células que constituem as estruturas.
As descobertas oferecem um novo local para pesquisas em torno das vias de sinalização do Tgfbr1 e do papel que desempenham no desenvolvimento de outras partes do corpo.
Os investigadores suspeitam que também podem desempenhar um papel na forma como o sistema imunológico se desenvolve e, possivelmente, nos meios pelos quais as células cancerígenas metastatizam.
Publicado em 05/04/2024 23h29
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