Nossa galáxia, a Via Láctea, não está muito bem misturada, sugere estudo

Uma representação artística de um gás puro (mostrado em magenta) na Via Láctea. (Crédito da imagem: UNIGE / Dr. Mark A. Garlick)

Nossa galáxia não é tão misturada como os cientistas às vezes presumem, de acordo com um novo estudo.

Em particular, essa nova pesquisa concentra-se na distribuição do que os astrônomos consideram metais – que na verdade são todos os elementos além do hidrogênio e do hélio, mesmo quando esses elementos são gases. No novo trabalho, os cientistas usaram o Telescópio Espacial Hubble e o Telescópio Muito Grande no Chile para mapear o metal em pó na Via Láctea na esperança de melhorar os modelos que descrevem a história da galáxia.

“Inicialmente, quando a Via Láctea foi formada, há mais de 10 bilhões de anos, ela não tinha metais”, disse em um comunicado Annalisa De Cia, astrônoma da Universidade de Genebra, na Suíça e principal autora da nova pesquisa. “As estrelas enriqueceram gradualmente o meio ambiente com os metais que produziram.”



Esse enriquecimento ocorre porque, bem no fundo do núcleo de uma estrela, os átomos se esmagam para formar lentamente tipos de matéria cada vez mais pesados, subindo pelo ferro. Nem todas as estrelas explodem quando acabam o material que alimenta esse processo, mas as estrelas que fazem boom lançam todos esses metais em suas vizinhanças cósmicas, onde, teoricamente, os metais podem se misturar com o resto da Via Láctea.

E, tradicionalmente, os modelos científicos presumem que o processo de mistura é bastante eficaz, de acordo com o comunicado. As novas observações, que visavam poeira perto de 25 estrelas diferentes, sugerem que pode não ser o caso e que, em vez disso, existem diferenças locais gritantes nos níveis de metal.

Como resultado, os cientistas podem precisar reavaliar sua compreensão da história da Via Láctea, disseram os pesquisadores.


Publicado em 16/09/2021 16h00

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