Experimentos espaciais inovadores da NASA na 31a missão de reabastecimento da SpaceX

A espaçonave de carga Dragon SpaceX, carregada com mais de 7.700 libras de ciência, suprimentos e carga, se aproxima da Estação Espacial Internacional para fazer uma ancoragem a 264 milhas acima do Oceano Atlântico, entre a América do Sul e a África.

#Dragon 

Projetos incluem o experimento de comunicação quântica SEAQUE, gerenciado pela NASA JPL.

A NASA está pronta para lançar uma série de novos experimentos científicos para a Estação Espacial Internacional (ISS) na 31ª missão comercial de reabastecimento da SpaceX. Esses seis experimentos visam apoiar pesquisas de ponta conduzidas por cientistas da NASA e suas equipes. A espaçonave Dragon da SpaceX, transportada por um foguete Falcon 9, decolará do Complexo de Lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Entre os experimentos estão estudos focados em extinguir incêndios no espaço, testar comunicação quântica, analisar bactérias resistentes a antibióticos, investigar problemas de saúde como coagulação do sangue e inflamação em astronautas, e explorar o cultivo de plantas, como alface romana e musgo, em condições de microgravidade.

NASA astronauta Jessica Watkins services components that support the SOFIE (Solid Fuel Ignition and Extinction) fire safety experiment inside the International Space Station’s combustion integrated rack. Crédito: NASA

Desenvolvimento de Técnicas de Combate ao Fogo em Microgravidade

Apagar um incêndio no espaço exige uma abordagem única para garantir a segurança da nave e da tripulação. O SoFIE-MIST (Teste de Ignição e Extinção de Material) é uma das cinco investigações escolhidas pela NASA desde 2009 para desenvolver técnicas de contenção e extinção de incêndios em microgravidade. A pesquisa pode aprimorar nosso entendimento sobre o comportamento do fogo em suas fases iniciais, auxiliando na construção de ambientes espaciais mais resilientes e em melhores planos de supressão de incêndios.

Uma placa de mídia de amostra retratada a bordo da Estação Espaço Internacional. O GEARS (Genomic Enumeration of Antibiotic Resistance in Space) investigação pesquisa o laboratório em orbita para organismos resistentes a antibióticos.A análise genética pode fornecer conhecimentos que informem medidas para proteger os astronautas em futuras missões de longa duração.

Combatendo a Resistência a Antibióticos

A resistência a antibióticos é uma preocupação tanto para astronautas no espaço quanto para pessoas na Terra. Pesquisas mostram que a microgravidade pode enfraquecer o sistema imunológico dos astronautas, aumentando o risco de infecções e doenças na ISS.

A investigação GEARS (Enumeração Genômica de Resistência a Antibióticos no Espaço) busca por bactérias resistentes a antibióticos na estação orbital e analisa como esses organismos sobrevivem e se adaptam em microgravidade. Os resultados dessa pesquisa poderão ajudar a melhorar a segurança dos astronautas em futuras missões, além de trazer insights para a saúde humana na Terra.

Uma imagem de microscopia eletrônica de varredura de plaquetas humanas tirada no Laboratório de Radiação Espacial da NASA.

Entendendo Inflamação e Coagulação Sanguínea

A microgravidade afeta o corpo humano, e estudos mostram que astronautas podem apresentar casos de inflamação e coagulação sanguínea anormal. A investigação MeF-1 (Megacariócitos Orbitando no Espaço e Próximo à Terra) estudará o impacto da microgravidade na formação e função das plaquetas e dos megacariócitos da medula óssea. Megacariócitos e suas plaquetas são células fundamentais que conectam os sistemas inflamatório, imunológico e hemostático.

Pace crop production scientist Oscar Monje harvests Outredgeous romaine lettuce for preflight testing of the Plant Habitat-07 experiment inside a laboratory at the Space Systems Processing Facility at NASA’s Kennedy Space Center in Florida. Crédito: NASA/Ben Smegelsky

Construindo o Salad Bar Espacial

O trabalho para cultivar alimentos nutritivos e seguros no ambiente hostil do espaço continua. Com o experimento Plant Habitat-07, a NASA dá seguimento ao cultivo de alface romana “Outredgeous”, pela primeira vez cultivada na ISS em 2014.

O experimento visa cultivar essa alface vermelha em microgravidade no Habitat Avançado para Plantas da estação e analisar como diferentes níveis de umidade afetam o crescimento, o conteúdo nutricional e o microbioma das plantas. O conhecimento adquirido ajudará a NASA no cultivo de vegetais no espaço e poderá beneficiar a agricultura na Terra.

Um exemplo de plantas de musgo cultivadas para a missão ARTEMOSS. Crédito: NASA

Estudo do Musgo e da Radiação Espacial

O experimento ARTEMOSS (Experimento de Tolerância à Radiação com Musgo em Órbita na Estação Espacial) continua uma pesquisa iniciada na Terra com amostras de musgo antártico expostas à radiação solar simulada no Laboratório de Radiação Espacial da NASA em Nova York.

Após a exposição à radiação, algumas amostras de musgo serão enviadas à ISS para crescer no ambiente de microgravidade, enquanto outras permanecerão na Terra. O ARTEMOSS estudará como o musgo antártico se recupera de possíveis danos causados pela radiação ionizante ao crescer na Terra ou em microgravidade. Este estudo oferece pistas sobre o desempenho das plantas em futuras missões exploratórias.

Uma investigação de comunicações quânticas, denominada SEAQUE (Space Entanglement and Annealing Quantum Experiment), é retratada como preparada para o lançamento na Estação Espacial Internacional na 31ª missão de serviços de reabastecimento comercial da NASA.A investigação está integrada em um dispositivo MISSE-20 (Materials International Space Station Experiment), que é uma plataforma para experimentos no exterior da estação espacial, expondo a instrumentação diretamente ao ambiente espacial.A SEAQUE realizará experimentos de emaranhamento quântico enquanto estiver exposta ao ambiente de radiação do espaço.

Permitindo a Comunicação Quântica no Espaço

O experimento SEAQUE (Experimento de Emaranhamento e Recozimento Quântico no Espaço) visa testar tecnologias que, se bem-sucedidas, possibilitarão comunicação em nível quântico por meio do emaranhamento. Pesquisadores focarão em validar uma nova tecnologia que pode permitir comunicação mais robusta entre sistemas quânticos distantes. Os resultados desse experimento podem desenvolver blocos de construção para comunicação entre equipamentos, como computadores quânticos com segurança aprimorada.

A Divisão de Ciências Biológicas e Físicas da NASA promove descobertas científicas e possibilita a exploração espacial ao usar ambientes espaciais para realizar investigações impossíveis na Terra. Estudar fenômenos biológicos e físicos em condições extremas permite que pesquisadores avancem no conhecimento científico fundamental necessário para explorar mais longe e permanecer mais tempo no espaço, beneficiando também a vida na Terra.


Publicado em 04/11/2024 17h46


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