Camundongos machos expostos à radiação simulada do espaço profundo tiveram aprendizagem espacial prejudicada

Impacto da exposição simulada à radiação do espaço profundo. Diagrama aluvial para representar o impacto da simulação GCR simplificada (GCRsim) ao longo do tempo durante as futuras missões lunares e a Marte. Coortes de machos exibiram aumento do nível de monócitos, prejuízos na aprendizagem espacial, aumento da ativação da microglia e alteração dos níveis de sinapses. Apesar dos níveis de monócitos aumentados precocemente medidos na coorte Male + PLX, a maioria das outras deficiências de GCRsim não foram observadas (apenas pequenas alterações na microglia foram observadas). Coortes de camundongos fêmeas exibiram níveis aumentados de monócitos sem outras deficiências de GCRsim. Coorte de camundongos machos denotada pela linha azul, coorte Masculino + PLX (agente de depleção da microglia recebido) denotada pela linha verde, coorte de camundongos fêmeas denotada por linha vermelha. O eixo x denota o tempo, o eixo y denota decréscimos induzidos por GCRsim. As medições representam o tempo do ensaio: (1) Níveis de monócitos no sangue da veia da cauda analisados por análise de citometria de fluxo. (2) Administração PLX – agente de depleção da microglia administrado na ração. (3) A aprendizagem espacial foi analisada pelo labirinto de água do braço radial. (4) Os decréscimos da microglia e das sinapses foram analisados por citometria de fluxo e sinaptocitometria de fluxo, respectivamente. A análise de sinapse não foi realizada em roedores fêmeas. Crédito: Susanna Rosi, criada no Biorender

Uma equipe de pesquisadores trabalhando em várias instalações na área de São Francisco descobriu que ratos machos expostos à radiação semelhante à encontrada por humanos em longas missões espaciais tiveram problemas com o aprendizado espacial vários meses depois. Em seu artigo publicado na revista Science Advances, o grupo descreve suas simulações, como isso afetou os ratos e a maneira que encontraram para prevenir a ocorrência de efeitos adversos.

Se os humanos pretendem colonizar a lua ou viajar para Marte, os cientistas terão que encontrar uma maneira de protegê-los da radiação cósmica galáctica (GCR). Algumas pesquisas mostraram que ele pode ter um impacto negativo no sistema nervoso central. Neste novo esforço, os pesquisadores expuseram ratos de laboratório a condições semelhantes às encontradas pelos astronautas no espaço profundo e, em seguida, os testaram ao longo do tempo para descobrir o que a radiação pode ter feito em seus cérebros. Em um dos testes, os pesquisadores ensinaram os ratos a encontrar uma plataforma escondida sob a água opaca usando as instruções dadas pelos pesquisadores antes da exposição ao GCR e depois testaram como eles se saíram bem. O teste é um meio padrão de testar mudanças na aprendizagem espacial ao longo do tempo.

Os resultados mostraram que os ratos machos cometeram mais erros do que os ratos de controle após a exposição, mas os ratos fêmeas não. Mais testes mostraram que a deficiência foi provavelmente devido à ativação do sistema imunológico no cérebro. Em outros testes, os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência de aumento da ansiedade, problemas com memória de reconhecimento ou habilidade social. Mas eles descobriram que, se alimentassem os ratos com uma dieta de alimentos destinados a esgotar a microglia (células do sistema imunológico no cérebro) antes de sua exposição ao GCR, eles não experimentariam nenhum prejuízo no aprendizado espacial. E eles também encontraram um biomarcador associado aos ratos que tinham maior probabilidade de serem afetados negativamente por tal exposição – um que poderia um dia ser usado para determinar quais astronautas podem ser mais ou menos suscetíveis a problemas associados à exposição ao GCR.


Publicado em 23/10/2021 09h56

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