Primeiro mapa de microbiomas tumorais encontra bactérias que vivem em muitos cânceres

Mais de 60% dos tumores pancreáticos apresentaram resultado positivo para DNA bacteriano ANNE WESTON, FRANCIS CRICK INSTITUTE / CIÊNCIA BIBLIOTECA FOTOGRÁFICA

A primeira pesquisa abrangente dos microrganismos que vivem dentro dos tumores descobriu que as bactérias residem naquelas de muitos tipos diferentes de câncer, mas não está claro se elas contribuem para o crescimento do tumor.

Essas bactérias fazem parte do microbioma de um tumor – a complexa comunidade de bactérias, fungos e outros micróbios que vivem dentro dele.

As bactérias já foram encontradas em tumores no intestino e em outros tecidos do corpo que são rotineiramente expostos a micróbios. No entanto, pouco se sabe sobre sua presença em tumores de outros tipos de câncer, como os ósseos, cérebro e ovário.

Para ter uma visão mais ampla, Ravid Straussman, do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, e seus colegas procuraram bactérias em pouco mais de 1000 amostras de tumores coletadas de pessoas com câncer de osso, cérebro, ovário, mama, pele, pâncreas ou pulmão aos nove anos. centros médicos em quatro países.

Eles descobriram bactérias em tumores de todos os tipos de câncer, embora em diferentes extensões. Mais de 60% dos tumores ósseos, mamários e pancreáticos apresentaram resultado positivo para DNA bacteriano, em comparação com apenas 14% dos melanomas.

No total, 528 espécies de bactérias foram detectadas nas amostras de tumor. Uma mistura diferente de espécies foi encontrada em cada tipo de tumor, com as de câncer de mama que abrigavam a mais diversa gama de bactérias.

Não está claro por que bactérias diferentes colonizam tumores diferentes, mas a exposição a fatores ambientais que causam câncer pode ser um fator, diz Straussman. Por exemplo, o estudo descobriu que os tumores de pulmão em fumantes tendem a conter bactérias que decompõem os produtos químicos do tabaco.

Nesta fase, não sabemos por que as bactérias existem nos tumores. As bactérias podem contribuir para o crescimento do tumor, ou podem simplesmente achar mais fácil invadir tumores, diz Straussman.

Se as bactérias desempenharem um papel no desenvolvimento do tumor, poderemos tratar o câncer manipulando o microbioma do tumor, diz ele.

A alteração de bactérias tumorais também pode melhorar a maneira como as pessoas com câncer respondem às terapias existentes, diz Straussman. Sua equipe descobriu que bactérias específicas alteram a resposta de um tumor à imunoterapia, que é um tipo comum de tratamento contra o câncer.

“Prevemos, assim, que uma melhor compreensão dessa conversa cruzada entre bactérias tumorais e imunidade tumoral será aproveitada no futuro para otimizar a imunoterapia”, diz ele.


Publicado em 30/05/2020 20h47

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