A primeira vacina contra a malária do mundo foi aprovada para uso geral em crianças na África Subsaariana, juntamente com outras regiões com taxas moderadas a altas da doença. “Este é um momento histórico. A tão esperada vacina contra a malária para crianças é um avanço para a ciência, saúde infantil e controle da malária”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, em um comunicado.
A malária, causada por um parasita transmitido por picadas de mosquitos infectados, é responsável por mais de 400.000 mortes por ano, a maioria delas em crianças pequenas na África Subsaariana. É combatido principalmente por pessoas que usam mosquiteiros tratados com inseticida e tratamentos com medicamentos para reduzir a propagação.
A vacina, chamada RTS, S ou Mosquirix, consiste em parte de uma proteína do parasita ligada a parte de uma segunda proteína, do vírus da hepatite B, que ajuda as células do sistema imunológico a reconhecerem a substância. Administrado em quatro doses a partir dos 5 meses de idade, está em desenvolvimento há quase 40 anos.
Os testes mostraram que o uso da vacina leva a uma queda de 30 por cento nos casos de malária grave ou mortal, mesmo em áreas onde os mosquiteiros são amplamente utilizados, disse a OMS ontem. Essa eficácia é menor do que as vacinas contra outras doenças – por exemplo, a eficácia de algumas vacinas covid-19 contra doenças graves varia de 60 a 90 por cento.
Os últimos testes também descobriram que as famílias que vacinaram seus filhos continuaram a usar mosquiteiros e que a vacina é econômica.
Aprovar a vacina para uso geral “aumenta a equidade no acesso à prevenção da malária, ajudando a alcançar crianças que podem não estar se beneficiando de outras intervenções, como mosquiteiros”, diz Nanthalile Mugala do PATH, uma organização global sem fins lucrativos para o desenvolvimento da malária.
Publicado em 10/10/2021 20h23
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