Médicos combatem tumores mortais usando vírus hackeados por genes

Prasad Adusumilli/Memorial Sloan Kettering

A seguir, eles vão experimentar em pacientes humanos com câncer.

Tumores sólidos e resistentes ao tratamento podem colocar escudos que impedem que os medicamentos anticâncer façam seu trabalho. Mas os médicos dizem que têm uma nova ferramenta para quebrá-los: um vírus especial, hackeado por genes.

Tumores sólidos geralmente não são incomodados pelo sistema imunológico, mas o vírus produzido em laboratório pode se infiltrar em suas células cancerosas e forçá-las a produzir em massa uma proteína chamada CD19 que chama a atenção das células T caçadoras-assassinas, de acordo com pesquisa publicada na quarta-feira no jornal Science Translational Medicine. Com este novo golpe duplo, os cientistas do City of Hope Hospital por trás do trabalho esperam ser capazes de tratar muito mais tipos de câncer do que o número limitado ao qual as células T CD19 já respondem.

O vírus é capaz de passar furtivamente pelas defesas do tumor e infectar suas células cancerosas. Em seguida, há uma breve janela onde o vírus está produzindo CD19, mas ainda não matou sua célula hospedeira individual, durante a qual as terapias com células T podem ser lançadas no tumor enfraquecido.

“Projetamos este vírus oncolítico para fazer o que faz tão bem”, disse o Dr. Yuman Fong, oncologista da City of Hope que desenvolveu o vírus, em um comunicado à imprensa.

A equipe testou a nova terapia em placas de Petri, bem como em ratos de laboratório, e atualmente está projetando um ensaio clínico para pacientes humanos com câncer. Eles estão otimistas porque o tratamento com células T que estão usando já foi aprovado para alguns tipos de câncer.

Curiosamente, o novo tratamento também parece melhorar o sistema imunológico dos ratos de laboratório depois que seus tumores foram eliminados.

“O sistema imunológico construiu uma resposta de memória ao tumor”, disse o co-autor do estudo, Anthony Park, no comunicado. “Uma vez que os tumores foram erradicados, após o tratamento de combinação inicial, os camundongos foram protegidos contra recorrências de tumor.”


Publicado em 04/09/2020 18h19

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