Ligação entre colesterol alto e doenças cardíacas é ‘inconsistente’, descobre novo estudo

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Uma nova pesquisa da RCSI University of Medicine and Health Sciences revelou que a ligação entre o colesterol ‘ruim’ (LDL-C) e maus resultados de saúde, como ataque cardíaco e derrame, pode não ser tão forte quanto se pensava anteriormente.

Publicada no JAMA Internal Medicine, a pesquisa questiona a eficácia das estatinas quando prescritas com o objetivo de diminuir o LDL-C e, portanto, reduzir o risco de doença cardiovascular (DCV).

Pesquisas anteriores sugeriram que o uso de estatinas para reduzir o LDL-C afeta positivamente os resultados de saúde, e isso se reflete nas várias iterações de diretrizes de especialistas para a prevenção de DCV. As estatinas agora são comumente prescritas por médicos, com um terço dos adultos irlandeses com mais de 50 anos tomando estatinas, de acordo com pesquisas anteriores.

As novas descobertas contradizem essa teoria, descobrindo que essa relação não era tão forte quanto se pensava anteriormente. Em vez disso, a pesquisa demonstra que a redução do LDL-C usando estatinas teve um impacto inconsistente e inconclusivo nos resultados de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio (IM), acidente vascular cerebral e mortalidade por todas as causas.

Além disso, indica que o benefício geral de tomar estatinas pode ser pequeno e variará dependendo dos fatores de risco pessoais de um indivíduo.

A principal autora do artigo é a Dra. Paula Byrne do HRB Center for Primary Care Research baseado no Departamento de Clínica Geral do RCSI. Comentando as descobertas, o Dr. Byrne diz que “há muito tempo a mensagem é que a redução do colesterol reduz o risco de doenças cardíacas e que as estatinas ajudam a conseguir isso. No entanto, nossa pesquisa indica que, na realidade, os benefícios de tomar as estatinas são variadas e podem ser bastante modestas.”

Os pesquisadores continuam sugerindo que essas informações atualizadas devem ser comunicadas aos pacientes por meio de tomadas de decisões clínicas informadas e diretrizes e políticas clínicas atualizadas.

Esta importante descoberta foi uma colaboração com a professora Susan M Smith, também do RCSI e com pesquisadores da Universidade do Novo México, EUA, (Dr. Robert DuBroff), do Instituto para a Liberdade Científica da Dinamarca (Dr. Maryanne Demasi), da Bond University na Austrália (Dr. Mark Jones) e a pesquisadora independente Dra. Kirsty O’Brien.


Publicado em 21/03/2022 12h44

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