Pesquisadores descobrem os segredos da ‘puberdade vegetal’

Pesquisadores da Universidade de York estudaram a transição vegetativa para reprodutiva em Arabidopsis thaliana para entender a variabilidade nessa fase crucial do desenvolvimento. Apesar das condições uniformes de crescimento e da composição genética, as plantas individuais fizeram a transição em momentos diferentes. O estudo, liderado pela Dra. Daphne Ezer, identificou marcadores genéticos específicos associados ao momento dessa transição e revelou processos iniciais de realocação de nutrientes nas plantas. Essas descobertas podem ajudar a melhorar a uniformidade da cultura e a qualidade nutricional.

doi.org/10.1093/plcell/koae226
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Um estudo da Universidade de York sobre Arabidopsis thaliana revelou marcadores genéticos que influenciam o momento de transições cruciais de desenvolvimento em plantas, oferecendo insights para melhorar a uniformidade das culturas e o valor nutricional

Pesquisadores descobriram variações genéticas que explicam por que as plantas passam por transições de desenvolvimento semelhantes à “puberdade” em velocidades variadas, uma descoberta que pode melhorar a nutrição das culturas.

Essa mudança de desenvolvimento, conhecida como transição vegetativa para reprodutiva, ocorre ao longo de alguns dias, durante os quais a planta desacelera o crescimento das folhas e começa a desenvolver órgãos reprodutivos.

Essa mudança física dramática é realmente importante para fazendeiros e consumidores, porque inicia o processo de nutrientes nas folhas sendo desviados para os órgãos reprodutivos da planta e, eventualmente, para seus frutos e grãos. O desenvolvimento da planta no momento certo significa alimentos mais nutritivos.

Os fazendeiros tentaram criar culturas para serem o mais uniformes possível, mas, apesar de seus esforços, assim como nos humanos, a puberdade acontece em diferentes idades em diferentes plantas individuais.

Para investigar os fatores que influenciam o momento dessa transição, pesquisadores da Universidade de York cultivaram Arabidopsis thaliana – um tipo de mostarda selvagem mais semelhante a culturas de Brassica, como repolho e brócolis – em condições em que o solo, a temperatura, a umidade e a luz eram tão consistentes quanto possível.

Fatores genéticos na maturidade da planta:

Os pesquisadores escolheram essa espécie porque ela foi consanguínea ao longo de gerações para criar um conjunto de sementes quase geneticamente idêntico.

Mesmo nessas condições altamente controladas, as plantas começaram a mostrar sinais da transição de desenvolvimento em dias diferentes. Quando cerca de metade das plantas passou pela transição, os cientistas mediram a atividade genética de todas as plantas.

Embora as plantas tivessem a mesma idade cronológica, elas estavam em pontos diferentes ao longo do caminho da puberdade da planta. Os pesquisadores identificaram mudanças genéticas específicas que se correlacionavam com o momento dessa mudança de desenvolvimento.

Eles também descobriram que as plantas iniciam o processo de matar suas folhas antes mesmo que os cientistas vissem estruturas reprodutivas visíveis.

A autora principal do estudo, Dra. Daphne Ezer do Departamento de Biologia, disse: De certa forma, o crescimento vegetal e humano é muito semelhante: cada um o vivencia de uma maneira única.

Nosso estudo revelou mudanças genéticas específicas que poderiam controlar o momento da transição do desenvolvimento vegetal, abrindo caminho para futuras melhorias na uniformidade e qualidade das colheitas.-

Notavelmente, também descobrimos que as plantas estão começando a redirecionar nutrientes de suas folhas para suas estruturas de floração ainda mais cedo do que esperávamos. Para turbinar o valor nutricional das colheitas, os agricultores podem precisar prestar atenção a esses processos ocultos que acontecem bem antes de quaisquer sinais visíveis da transição vegetativa para reprodutiva.-


Publicado em 30/08/2024 21h30

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