Nova espécie de sapo abóbora encontrada no Brasil

Observações da história natural de Brachycephalus rotenbergae sp. nov .– boca boquiaberta comportamento defensivo Crédito: Nunes et al, 2021, PLOS ONE (CC-BY 4.0, creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e do Projeto Dacnis, São Francisco Xavier e Ubatuba descobriu uma nova espécie de sapo abóbora. No artigo publicado no site de acesso aberto PLOS ONE, o grupo descreve seu estudo sobre os sapos-abóbora no Brasil, como eles encontraram a nova espécie e o que a diferencia de outros sapos-abóbora.

Sapos-abóbora são um grupo de espécies relacionadas de anfíbios laranja brilhante. Eles se parecem com sapos minúsculos, e a maioria é pequena o suficiente para ficar na unha – muitos deles também são venenosos. Nesse novo esforço, os pesquisadores estavam estudando sapos-abóbora que vivem em uma parte densamente florestada do Brasil, logo ao sul da Serra da Mantiqueira, ao longo de sua costa leste – no estado de São Paulo. Até o momento, várias espécies foram identificadas.

Para saber mais sobre eles, os pesquisadores viajaram para a área várias vezes entre o final de 2017 e o final de 2019, coletando amostras. A coleta foi facilitada com o uso de uma luz fluorescente – alguns dos ossos das minúsculas criaturas iluminam-se diretamente através da pele. Ao todo, a equipe coletou 276 espécimes que levaram de volta ao laboratório para estudo. Cada um recebeu um teste de DNA para identificar suas espécies. Foi durante essa parte do estudo que os pesquisadores descobriram que haviam capturado vários exemplares de uma nova espécie, que prontamente batizaram de Brachycephalus rotenbergae – em homenagem a um dos fundadores da ONG brasileira Projeto Danis, que trabalha para conservar a floresta onde estão os sapos a viver.

Um estudo mais aprofundado do sapo revelou que, como muitos outros sapos abóbora, B. rotenbergae é extremamente venenoso. Eles também encontraram algumas diferenças em relação às outras espécies – principalmente pequenas manchas escuras em sua cabeça. Eles também descobriram que a espécie era ligeiramente menor do que os outros sapos-abóbora. Eles observaram que o DNA dos sapos diferia de outros sapos abóbora em aproximadamente 3%, o que foi suficiente para garantir sua classificação como uma nova espécie. Os pesquisadores planejam continuar seus estudos sobre as novas espécies, uma das coisas que eles gostariam de saber é a finalidade dos ossos fluorescentes.


Publicado em 30/04/2021 18h47

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