Enzima bacteriana mutante pode decompor resíduos de plástico em poucas horas


Pesquisadores que trabalham para a empresa de desenvolvimento industrial Carbios criaram uma enzima bacteriana mutante que pode quebrar garrafas de plástico para reciclagem em apenas algumas horas, de acordo com o The Guardian.

A enzimae pode quebrar garrafas de plástico PET em seus compostos químicos individuais, que podem ser reutilizados posteriormente para fazer garrafas novas.

O plástico reciclado convencional que passa por um processo “termomecânico” não é de qualidade suficientemente alta e é usado principalmente para outros produtos, como roupas e tapetes.

A Carbios fez parceria com os principais líderes da indústria, incluindo Pepsi e L’Oreal, para ajudar a desenvolver a tecnologia. Um artigo científico que descreve a descoberta foi publicado na prestigiada revista Nature hoje.

Adubo esquecido

A enzima “PET hydrolase” pode quebrar 90% dos polímeros PET em apenas dez horas.

“Esta enzima otimizada e altamente eficiente supera todas as hidrolases de PET relatadas até agora”, lê-se no resumo do artigo – mesmo em comparação com o segundo candidato mais promissor, uma cepa de bactéria degradadora de plástico chamada 201-F6.

A nova enzima foi identificada pela primeira vez em um monte de folhas compostadas em 2012.

“Foi completamente esquecido, mas acabou sendo o melhor”, disse Alain Marty, da Université de Toulouse, na França, e o diretor científico da Carbios, ao The Guardian.

Custo benefício

A novo enzima também foi extremamente econômica em termos de produção. De fato, de acordo com os pesquisadores, fabricar novo plástico a partir do petróleo custaria 25 vezes mais.

“É um verdadeiro avanço na reciclagem e fabricação de PET”, disse Saleh Jabarin, professor da Universidade de Toledo, Ohio e membro do Comitê Científico da Carbios, em comunicado.

Os pesquisadores esperam testar o “potencial industrial e comercial” do material em 2021 na França, segundo Marty. “Nosso objetivo é estar em operação até 2024, 2025, em larga escala industrial”, disse o vice-executivo da Carbios Martin Stephan ao The Guardian.


Publicado em 10/04/2020 16h54

Artigo original:

Estudo original:


Achou importante? Compartilhe!


Assine nossa newsletter e fique informado sobre Astrofísica, Biofísica, Geofísica e outras áreas. Preencha seu e-mail no espaço abaixo e clique em “OK”: