Sobre uma hipotética viagem à Alfa Centauri A e Alfa Centauri B
Se tivéssemos uma nave com uma aceleração de 1G (a aceleração gravitacional da Terra ao nível do mar – 9,8 m/s2), levaríamos apenas 1 ano para atingir 96,7% da velocidade da luz.
Levando em conta mais um ano para desaceleração, teremos que somar dois anos entre aceleração e desaceleração para chegar à Próxima b (O planeta que orbita Próxima Centauri).
Mas o mais interessante não seriam tanto a Próxima b, mas a Alfa Centauri A e Alfa Centauri B, as duas outras estrelas do sistema triplo de Alfa Centauri, pois embora sejam um pouco mais distantes, são estrelas do tipo G e K, bastante similares ao Sol e, se houverem planetas na zona habitável, a chance de serem colonizáveis aumenta bastante.
Já a Próxima Centauri é uma anã vermelha com muitas flares e emissões radioativas e a vida em seus planetas é bem complicada.Nessas condições, uma viagem até essas estrelas duraria 6,5 anos, do ponto de vista da Terra, o que seria viável! Do ponto de vista do astronauta, com a dilatação temporal a viagem levaria apenas 2,5 anos.
Ou seja, em 5 anos poderíamos ir e voltar.
A aceleração em si não é tão forte assim, afinal os ônibus espaciais e o Falcon Heavy tem acelerações até mais fortes, da ordem de 4 ou 5G. A questão é manter essa aceleração por um ano. Não ha propulsão assim disponível (ainda). A aceleração de 1g é a de uma gravidade terrestre, ou seja, 9.8 m/s², o que tornaria a viagem até mesmo “confortável”…
- Já estrelas do tipo G são da mesma luminosidade e tamanho do Sol. As do tipo K são levemente menores e mais frias.
O que impede a viagem é que não há meio de propulsão hoje que consiga manter essa aceleração por esse tempo.
- É hipotético.
Só se usássemos algo como um motor de antimatéria, igual ao usado na Enterprise, aí teríamos propulsão com energia suficiente para manter essa aceleração por um ano.
- Ok, vamos pensar em viagens lineares, por enquanto. Parece que são mais viáveis embora ainda distantes da nossa realidade.
Porém, um motor de antimatéria não é prático do ponto de vista de controle operacional do mesmo. A não ser, é claro, que consigamos controlar a antimatéria mais ou menos como se controla o plasma solar, que também estamos longe de conseguir, mas que temos um exemplo prático aqui no nosso Sol.
- Uma viagem não linear seria pegar um atalho por outra dimensão, algo como um buraco de minhoca.
Mas veja que, mesmo buracos negros imensos como o da M51 aumentam de massa e tamanho a cada vez que se alimentam, indicando que não possuem energia suficiente para romper a trama do espaço-tempo a ponto de criar um buraco de minhoca.
- Provavelmente o único evento que teve energia suficiente para romper a trama do espaço-tempo foi o Big Bang.
Texto da autoria de JAG em 01/06/2019
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