Imagem tirada pelo Telescópio Espacial James Webb mostra a formação de uma protoestrela

A protoestrela dentro da nuvem escura L1527, mostrada nesta imagem da câmera de infravermelho próximo do Telescópio Espacial James Webb da NASA (NIRCam), está incorporada em uma nuvem de material que alimenta seu crescimento. (Créditos: NASA, ESA, CSA e STScI. Processamento de imagem: J. DePasquale, A. Pagan e A. Koekemoer (STScI))

O Telescópio Espacial James Webb da NASA capturou outra imagem impressionante, mostrando a formação de novas estrelas.

Tirada com a Near-Infrared Camera (NIRCam) do observatório de US$ 10 bilhões, a imagem revela as características outrora escondidas da protoestrela dentro da nuvem escura L1527.

As nuvens dentro da região de formação estelar de Touro são visíveis apenas na luz infravermelha.

A NASA observa que a própria protoestrela está obscurecida dentro do “pescoço” da formação semelhante a uma ampulheta.

No meio, um disco protoplanetário de ponta aparece como uma linha escura e a luz da protoestrela vaza ao redor do disco, iluminando cavidades dentro do gás e poeira circundantes.

Nesta foto fornecida pela NASA em 13 de abril de 2017, técnicos levantam o espelho do Telescópio Espacial James Webb usando um guindaste no Goddard Space Flight Center em Greenbelt, Maryland ((Laura Betz/NASA via AP, Arquivo))

As nuvens azuis e laranja delineiam cavidades que são criadas à medida que o material se afasta da protoestrela, colidindo com a matéria circundante.

As áreas azuis são onde a poeira entre Webb e as nuvens é mais fina, enquanto a camada mais espessa de poeira cria os bolsões laranja.

Além disso, a foto também revela filamentos de hidrogênio molecular que foram chocados à medida que a protoestrela ejeta material dela.

A região central superior exibe formas semelhantes a bolhas devido a “arrotos” estelares.

Choques e turbulências impedem a formação de novas estrelas, que de outra forma se formariam por toda a nuvem.

Devido a isso, a protoestrela domina o espaço.

L1527 tem cerca de 100.000 anos e é considerada uma protoestrela de classe 0 – o estágio inicial da formação estelar.

Ainda não gera sua própria energia através da fusão nuclear de hidrogênio, que é uma característica essencial das estrelas. Sua forma assume a forma de um pequeno e inchado aglomerado de vidro e tem entre 20% e 40% da massa do sol.

O Telescópio Espacial James Webb visto em 5 de março de 2020. (NASA/Chris Gunn)

A foto mostra L1527 acumulando massa, com seu núcleo gradualmente se comprimindo e se aproximando da fusão nuclear estável.

À medida que o material é puxado, ele espirala em torno do centro, criando um disco denso chamado disco de acreção.

Esse disco – visto como uma faixa escura na frente do centro brilhante, mais ou menos do tamanho do nosso sistema solar – alimenta o material para a protoestrela e a temperatura do núcleo da protoestrela aumenta.

Eventualmente, atinge o limiar para o início da fusão nuclear.

“Em última análise, esta visão de L1527 fornece uma janela para o que nosso sol e sistema solar pareciam em sua infância”, disse a NASA.


Publicado em 19/11/2022 07h48

Artigo original: