Análise de DNA de restos encontrados em cemitério monumental neolítico normando sugerem uma comunidade patrilinear

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Uma equipe de pesquisadores afiliados a várias instituições na França e na Alemanha realizou uma análise de DNA de restos encontrados no cemitério neolítico Fleury-sur-Orne, perto de Caen, e descobriu que provavelmente representa evidência de uma comunidade patrilinear. Em seu artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, o grupo descreve sua análise de tecido recuperado de ossos nas longas sepulturas e o que mostrou sobre a composição das pessoas que viveram lá.

Um cemitério neolítico foi descoberto em Fleury-sur-Orne, perto de Caen, na década de 1960, depois que pesquisadores analisaram fotos tiradas de aeronaves. Ele está localizado no que hoje é conhecido como Normandia – uma região no canto noroeste da França. Descobriu-se que o cemitério era do tipo de sepultura longa, onde longos canais foram cavados no chão e depois cobertos com terra suficiente para criar um monte. Atualmente, o local cobre aproximadamente 24 hectares com varões de até 372 metros. As escavações no local estão em andamento desde 2014. Pesquisadores descobriram monumentos e várias sepulturas. Pesquisas anteriores mostraram que os corpos nos túmulos datam de aproximadamente 4600 a 4300 aC, tornando-os algumas das estruturas de cemitério mais antigas da Europa Ocidental. As pessoas que viviam na área eram conhecidas como a cultura Cerny.

Nesse novo esforço, os pesquisadores concentraram sua atenção nos restos de 19 esqueletos encontrados no local, 14 dos quais foram preservados o suficiente para permitir a análise de DNA. Todos os esqueletos eram de homens falecidos, exceto um. A análise deles mostrou que nenhuma das pessoas enterradas no túmulo tinha parentesco uma com a outra, exceto um par – pai e filho. Eles também notaram que a fêmea enterrada no túmulo estava cercada por pontas de flecha, o que os pesquisadores observam, sugere que ela provavelmente era considerada masculina o suficiente para ser enterrada com os homens.

Os pesquisadores sugerem que suas descobertas indicam que a sociedade das pessoas que viviam lá era provavelmente de natureza patrilinear e que os corpos dos homens no cemitério podem ter representado as elites masculinas.


Publicado em 15/05/2022 21h46

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