
doi.org/10.1038/s41586-025-09195-5
Credibilidade: 989
#Egito
Pela primeira vez, cientistas conseguiram sequenciar o DNA completo de uma pessoa que viveu no Egito Antigo há cerca de 4800 anos, na época em que as primeiras pirâmides estavam sendo construídas. O DNA pertence a um homem mais velho, provavelmente de uma classe social alta, que, segundo sua ancestralidade, tinha cabelos castanhos, olhos castanhos e pele escura.
Cerca de 80% do DNA desse homem está ligado a linhagens da África do Norte, enquanto os outros 20% têm conexão com linhagens da Ásia Ocidental. Isso sugere que os primeiros egípcios viviam em uma mistura de culturas, com migrantes e comerciantes vindos de outras partes da África e da Mesopotâmia – uma região antiga que hoje inclui partes do Iraque, Turquia e Irã.
Evidências arqueológicas já apontavam para trocas comerciais e culturais entre o Egito e outras regiões do Crescente Fértil, como a troca de plantas e animais domesticados, sistemas de escrita e tecnologias, como a roda de oleiro. No entanto, o DNA humano é difícil de preservar no clima quente e seco do Egito. Essa descoberta é o DNA mais antigo já recuperado do Egito Antigo e oferece “provas diretas? de laços genéticos com a Mesopotâmia.
“O Egito Antigo é um lugar com uma história escrita e arqueologia impressionantes, mas a preservação de DNA é um desafio, então não tínhamos registros genéticos para comparação”, explica o geneticista Pontus Skoglund, que fundou o primeiro laboratório de DNA antigo de alta tecnologia no Reino Unido, no Francis Crick Institute. “Com novas técnicas genéticas avançadas, conseguimos superar essas barreiras e eliminar contaminações, trazendo as primeiras evidências genéticas de movimentos de pessoas no Egito naquela época.”

Quem era esse homem?
Os restos mortais do homem foram encontrados em uma necrópole na antiga cidade de Nuwayrat, a 265 quilômetros ao sul do Cairo. Ele foi enterrado em um grande vaso de cerâmica dentro de uma tumba escavada na rocha, e morreu entre 2855 e 2570 a.C. Ele tinha cerca de 1,60 metro de altura e, pelos dentes muito gastos e sinais de artrite grave, provavelmente tinha entre 44 e 64 anos – uma idade avançada para a época.
A forma como foi enterrado sugere que ele tinha um status social elevado. Porém, surpreendentemente, seu corpo mostra sinais de trabalho físico intenso. “Os ossos da bacia estavam alargados, os braços indicavam movimentos repetitivos para frente e para trás, e havia muita artrite no pé direito. Esses sinais sugerem que ele trabalhava com cerâmica, possivelmente usando uma roda de oleiro”, explica o bioarqueólogo Joel Irish, da Liverpool John Moores University. “Mas um enterro de classe alta não é comum para um oleiro, que normalmente não recebia esse tipo de tratamento. Talvez ele fosse extremamente habilidoso ou bem-sucedido, o que elevou seu status social.”

O que o DNA e os dentes revelam?
Ao analisar os isótopos no segundo molar do homem, os cientistas descobriram que ele cresceu no quente e seco Vale do Nilo, com uma dieta típica dos primeiros egípcios, que incluía proteínas animais e plantas como trigo e cevada.
“Esse indivíduo teve uma jornada extraordinária. Ele viveu e morreu em um momento crucial de mudanças no Egito Antigo. Seu esqueleto foi escavado em 1902 e doado ao World Museum Liverpool, onde sobreviveu aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, que destruíram a maior parte dos restos humanos da coleção”, conta o arqueogeneticista Linus Girdland Flink, da Universidade de Aberdeen. “Agora, conseguimos contar parte da história dele.”
O que isso significa?
A história de um único indivíduo não revela tudo sobre o Egito Antigo, mas é um começo fascinante. Os pesquisadores esperam que essa técnica permita, no futuro, uma compreensão mais detalhada e rica da civilização egípcia e de seus habitantes. Com mais estudos, poderemos descobrir ainda mais sobre como as pessoas viviam, se moviam e interagiam naquela época tão distante.
Publicado em 06/07/2025 06h10
Texto adaptado por IA (Grok) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.
Estudo original:
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