
doi.org/10.1016/j.cub.2025.05.033
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#Corais
Os recifes de coral não prosperam em águas pobres em nutrientes, como se acreditava, mas sim em áreas ricas em nutrientes
Os recifes de coral são muito admirados por sua beleza impressionante e grande biodiversidade, frequentemente mostrados em documentários sobre a natureza. Eles são vistos como oásis coloridos em oceanos azuis e cristalinos, que supostamente têm poucos nutrientes e plâncton. Embora alguns recifes assim existam, um novo estudo publicado na revista Current Biology questiona essa ideia, conhecida como “Paradoxo de Darwin”.
A pesquisa mostra que os recifes de coral são ecossistemas extremamente produtivos, mas é raro encontrá-los em águas com poucos nutrientes. Na verdade, a maioria deles cresce em regiões onde os nutrientes são mais abundantes. Além disso, o estudo esclarece que o chamado “Paradoxo de Darwin? não tem relação com o trabalho de Charles Darwin, apesar de levar seu nome. Financiado em parte pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA, o estudo pede uma revisão das ideias tradicionais sobre a ecologia dos recifes de coral.
Desmistificando o “Paradoxo de Darwin?
A ideia do paradoxo ganhou força nas últimas décadas e apareceu muito na mídia e em publicações importantes.
“Embora a história seja interessante, ela é incorreta tanto nos fatos quanto na história, e isso pode afetar como cuidamos dos recifes de coral”, disse Simon Brandl, autor principal do estudo e professor na Universidade do Texas.
A teoria de que os recifes são como oásis em desertos sugere que eles funcionam de forma isolada, sem depender das condições das águas ao redor.
“Nossos resultados mostram que a maioria dos recifes de coral está em áreas onde as águas ao redor podem sustentar sua alta produtividade”, explicou Brandl.
Isso é importante porque a relação entre os recifes e os oceanos pode ser afetada por ações humanas, como o despejo de nutrientes e os efeitos do aquecimento global, que alteram a distribuição de nutrientes e plâncton nos trópicos.
Como os cientistas estudaram os recifes
Para entender melhor os recifes de coral e onde eles estão pelo mundo, os pesquisadores analisaram dois pontos do suposto paradoxo: a alta produtividade (como oásis) e a falta de recursos nas águas ao redor (como desertos). Eles compararam a produção primária líquida (a quantidade de energia produzida) dos recifes com outros ecossistemas, como florestas, rios e lagos. Descobriram que os recifes têm produtividade semelhante às zonas úmidas costeiras, superando a maioria dos outros habitats.
Medindo os nutrientes ao redor dos recifes
Para verificar se as águas ao redor dos recifes são realmente “desertos”, os cientistas mediram os níveis de plâncton (alimento dos organismos dos recifes) e nutrientes, usando dados de satélites e medições diretas. Surpreendentemente, descobriram que a maioria dos recifes está em águas com níveis médios ou altos de nutrientes. A clorofila a, um pigmento verde usado pelo plâncton para fazer fotossíntese, está presente em quantidades duas vezes maiores que a média dos oceanos tropicais e o dobro em oceanos pobres em nutrientes, chamados de “desertos”. Cerca de 80% dos recifes estão em águas que seriam consideradas ricas em nutrientes.
Além disso, o estudo mostrou que o paradoxo não só está errado, mas também não foi ideia de Darwin. Após revisar os textos de Darwin manualmente e com ferramentas de análise, os pesquisadores confirmaram que ele nunca falou sobre a produtividade dos recifes ou sobre as condições dos oceanos ao redor. Darwin provavelmente ganhou crédito por essa ideia por causa de sua fama, e ela se manteve porque ninguém havia feito uma análise global tão detalhada até agora. Isso mostra que os cientistas devem sempre questionar o que já se sabe.
O que isso significa para o futuro
“Com este estudo, queremos esclarecer o que faz os recifes de coral serem tão produtivos”, disse Brandl.
Os recifes existem em diferentes condições oceânicas, o que indica que a relação entre os animais dos recifes e seus alimentos é mais complexa do que se pensava. Com o aumento de nutrientes nos oceanos por causa da ação humana e as mudanças nas comunidades de plâncton devido ao aquecimento global, é essencial estudar melhor essas conexões e o fluxo de energia nos recifes.
“Nossa análise mostra que os recifes de coral são únicos em sua capacidade de gerar vida, mas isso depende de onde estão e de como as ações humanas vão mudar as condições locais”, concluiu Brandl.
Publicado em 24/06/2025 10h22
Texto adaptado por IA (Grok) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.
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