
doi.org/10.1002/ece3.71256
Credibilidade: 989
#Fóssil
Uma nova espécie de verme aveludado, a primeira já encontrada na região árida do Karoo, na África do Sul, foi descoberta por um estudante, revelando segredos sobre a história antiga do planeta
Em março de 2022, Rohan Barnard, estudante da Universidade de Stellenbosch, estava explorando uma fazenda nas Montanhas Swartberg, entre Calitzdorp e Oudtshoorn, na África do Sul. Enquanto virava pedras à procura de formigas, répteis e outros bichinhos, ele fez uma descoberta incrível. Escondido na areia úmida, sob uma camada de folhas perto de um pequeno rio, Rohan encontrou um verme aveludado preto-acinzentado. Sabendo que esses animais são raros, ele coletou um exemplar e compartilhou uma foto no aplicativo de observação de biodiversidade iNaturalist.
“Eu já conhecia um pouco os vermes aveludados do Cabo, pois encontrei um em 2019 na Table Mountain. Meu irmão mais velho estava coletando esses animais para um trabalho da universidade, sob orientação do professor Savel Daniels. Como eu gosto de estudar formigas, ajudei com prazer”, explica Rohan, que hoje é estudante do terceiro ano de Ecologia da Conservação e Entomologia.
Um Fóssil Vivo do Período Cambriano
Os vermes aveludados existem há mais de 500 milhões de anos, desde o período Cambriano, o que os torna verdadeiros “fósseis vivos”. Com corpos moles e patas não articuladas, eles praticamente não mudaram ao longo do tempo, o que os torna relíquias vivas da história da Terra.
Na época, Rohan não imaginava que tinha descoberto uma nova espécie, agora chamada de Peripatopsis barnardi, ou “verme aveludado de Rohan”, em sua homenagem.
Uma Janela para o Passado
O que torna essa descoberta ainda mais especial é que esse é o primeiro verme aveludado encontrado no Pequeno Karoo, uma região árida. Isso sugere que, no passado, essa área era coberta por florestas, bem diferente do que é hoje. Mudanças climáticas pré-históricas e o aumento da aridez isolaram esses animais, levando à evolução de uma nova espécie.
O professor Savel Daniels, biólogo evolucionista da Universidade de Stellenbosch e especialista em vermes aveludados, diz que é impressionante que uma linhagem tão antiga ainda exista. Após ver a descoberta de Rohan no iNaturalist, ele visitou o local em julho de 2022 e coletou mais dez espécimes para análise. O estudo, publicado na revista Ecology and Evolution, anunciou a descoberta de sete novas espécies de vermes aveludados, incluindo a de Rohan.
Como o Clima Moldou a Vida
Daniels explica que os vermes aveludados da África do Sul vivem em fragmentos de florestas afro-temperadas, localizadas em gargantas profundas das Montanhas do Cabo. Essas florestas datam do início do Mioceno, entre 23 e 15 milhões de anos atrás, quando a região era temperada e subtropical. Mas, no final do Mioceno, mudanças climáticas, como a diminuição das chuvas e eventos geológicos, transformaram a paisagem, criando as Montanhas do Cabo e isolando populações de vermes aveludados, o que levou ao surgimento de novas espécies.
Usando técnicas modernas de sequenciamento de DNA e microscopia eletrônica, Daniels descobriu que o Peripatopsis barnardi se separou de seu ancestral mais próximo há cerca de 15,2 milhões de anos. Outra espécie nova, encontrada nas Montanhas Cederberg, chamada P. cederbergiensis, tem 12,47 milhões de anos.
A Importância dos Cientistas Cidadãos
Daniels destaca o papel de pessoas como Rohan, que compartilham suas descobertas em aplicativos de biodiversidade: “Foi graças aos dados de cidadãos cientistas que identificamos a nova espécie. Nas Montanhas do Cabo, cada pico montanhoso parece ter sua própria espécie única. Isso sugere que ainda há muita diversidade esperando para ser descoberta em áreas não exploradas.”
Mais importante ainda, a descoberta reforça a necessidade de proteger esses fragmentos de florestas pré-históricas para evitar a extinção dessas espécies.
Para Rohan, ter um “fóssil vivo? com seu nome ainda parece um sonho: “É incrível pensar que encontrei um fóssil vivo. É como se eu tivesse achado um elo perdido que nem sabíamos que existia. Isso me dá esperança de que há muito mais a descobrir, mas também me preocupa. Podemos perder animais e plantas para a extinção sem nem saber que eles existiam.”
Outras Espécies e Sua Singularidade
Além do P. barnardi, as outras seis novas espécies descobertas foram nomeadas com base em seus locais de origem: P. fernkloofi, P. jonkershoeki, P. kogelbergi, P. landroskoppie, P. limietbergi e P. palmeri. Os vermes aveludados são únicos porque, como os tardígrados (os “ursos d”água”), evoluíram de forma independente de um ancestral marinho, provavelmente o Hallucigenia. Fósseis mostram que eles quase não mudaram desde o Cambriano, há 540 milhões de anos. Hoje, vivem em ambientes úmidos, em regiões que faziam parte do antigo supercontinente Gondwana.
Publicado em 08/06/2025 15h24
Texto adaptado por IA (Grok) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.
Estudo original:
Geoprocessamento Sistemas para drones HPC |
![]() | Sistemas ERP e CRM Sistemas mobile IA |