
doi.org/10.1038/s41586-025-08920-4
Credibilidade: 989
#Água
Cientistas descobriram gelo de água em um anel de poeira cósmica ao redor de uma estrela parecida com o nosso Sol, chamada HD 181327, que fica a 155 anos-luz da Terra
Sabemos há muito tempo que o gelo, ou seja, água congelada, é comum em nosso sistema solar. Ele está presente nas luas de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, além de cometas, planetas anões e objetos rochosos que flutuam no Cinturão de Kuiper, na borda do nosso sistema solar. Mas, até agora, os cientistas só podiam imaginar se o gelo de água existia em outros sistemas estelares.
Graças ao Telescópio Espacial James Webb, essa dúvida acabou. Com seu instrumento super sensível, chamado Espectrógrafo de Infravermelho Próximo (NIRSpec), o James Webb confirmou a presença de gelo de água em um anel de detritos empoeirados ao redor da jovem estrela HD 181327.
Esse gelo é importante porque ajuda na formação de planetas gigantes e pode até ser levado por cometas gelados para planetas rochosos, como talvez tenha acontecido na Terra. Com essa descoberta, os cientistas agora podem estudar como esses blocos de gelo moldam a formação de outros sistemas planetários na nossa galáxia.
Uma Descoberta Inédita – Gelo em um Sistema Estelar Jovem
Os astrônomos já desconfiavam que havia gelo de água em outros sistemas estelares, porque encontraram vapor d”água (a forma gasosa da água) e sabiam que o gelo é comum no nosso sistema solar. Mas faltava uma prova direta de água em estado sólido orbitando estrelas distantes.
Isso mudou com o Telescópio James Webb. Usando seu espectrógrafo para analisar a luz de um anel de detritos empoeirados ao redor de uma estrela a 155 anos-luz, os cientistas confirmaram a presença de gelo de água cristalino – um tipo de gelo com uma estrutura bem organizada, parecido com o que vemos nos anéis de Saturno ou no Cinturão de Kuiper.
Essa estrela, HD 181327, já tinha dado pistas de gelo em 2008, com observações do Telescópio Espacial Spitzer, da NASA. Mas agora, as observações do James Webb confirmaram isso de forma clara.
Cristais no Espaço
“O James Webb detectou claramente não só gelo de água, mas gelo de água cristalino, como o que encontramos nos anéis de Saturno ou em corpos gelados do nosso Cinturão de Kuiper”, explicou Chen Xie, autor principal do estudo e cientista da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos.
As partículas de gelo encontradas pelo James Webb não estão sozinhas – elas estão misturadas com poeira fina, formando o que os cientistas chamam de “bolas de neve sujas”. Esses pequenos fragmentos congelados estão espalhados pelo anel de detritos e ajudam a entender como planetas, e talvez mundos capazes de sustentar vida, começam a se formar em outros lugares do universo.
Os resultados foram publicados na revista Nature.
Uma Descoberta Muito Esperada
Os astrônomos esperavam por esses dados há décadas. “Quando eu era estudante, há 25 anos, meu orientador disse que deveria haver gelo em discos de detritos, mas, antes do James Webb, não tínhamos instrumentos sensíveis o suficiente para confirmar isso”, disse Christine Chen, coautora do estudo e astrônoma do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, em Baltimore. “O mais impressionante é que esses dados se parecem com observações recentes de objetos do nosso Cinturão de Kuiper.”
O gelo de água é essencial nos discos ao redor de estrelas jovens, pois influencia a formação de planetas gigantes e pode ser levado por cometas e asteroides para planetas rochosos já formados. Com a descoberta do James Webb, os cientistas agora podem estudar como esses processos acontecem em outros sistemas planetários.
Rochas, Poeira e Gelo em Movimento
A estrela HD 181327 é bem mais jovem que o nosso Sol, com apenas 23 milhões de anos, contra os 4,6 bilhões de anos do Sol. Ela é um pouco mais massiva e quente que o Sol, o que resultou em um sistema um pouco maior ao seu redor.
As observações do James Webb mostram um grande espaço vazio entre a estrela e seu disco de detritos, uma área sem poeira. Mais longe, o disco de detritos é parecido com o Cinturão de Kuiper do nosso sistema solar, onde estão planetas anões, cometas e pedaços de gelo e rocha que, às vezes, colidem entre si. Bilhões de anos atrás, nosso Cinturão de Kuiper provavelmente era semelhante a esse disco de detritos.
“HD 181327 é um sistema muito ativo”, disse Chen. “Há colisões constantes no disco de detritos. Quando esses corpos gelados colidem, liberam pequenas partículas de gelo empoeirado, do tamanho perfeito para o James Webb detectar.”
Gelo de Água em Quase Todo Lugar
O gelo de água não está distribuído de forma uniforme nesse sistema. A maior parte está nas áreas mais frias e distantes da estrela. “A região externa do disco de detritos tem mais de 20% de gelo de água”, disse Xie.
Mais perto da estrela, a quantidade de gelo diminui. Na parte intermediária do disco, o James Webb detectou cerca de 8% de gelo. Nessa região, o gelo provavelmente é produzido um pouco mais rápido do que é destruído. Já na área mais próxima da estrela, quase não há gelo. Isso pode acontecer porque a luz ultravioleta da estrela vaporiza as partículas de gelo mais próximas, ou porque rochas chamadas planetesimais “prendem? o gelo dentro delas, onde o James Webb não consegue detectá-lo.
De Poeira a Planetas
Essa equipe e outros pesquisadores continuarão estudando o gelo de água em discos de detritos e sistemas planetários em formação na nossa galáxia, a Via Láctea. “A presença de gelo de água ajuda na formação de planetas”, disse Xie. “Materiais gelados também podem ser “entregues? a planetas rochosos que se formam ao longo de centenas de milhões de anos em sistemas como esse.”
Os cientistas observaram HD 181327 com o NIRSpec do James Webb, que é extremamente sensível a partículas de poeira muito pequenas, detectáveis apenas do espaço.
Publicado em 26/05/2025 14h19
Texto adaptado por IA (Grok) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.
Estudo original:
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