Vesta: um pedaço de um planeta perdido?

Vesta, que antes era considerado um miniplaneta, pode não ter um núcleo, afinal. Novos dados sugerem que se trata de um mundo incompletamente formado ou de um pedaço fragmentado de outro planeta em formação. Esta reviravolta surpreendente desafia tudo o que os cientistas pensavam saber sobre um dos maiores asteroides do sistema solar. Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCAL/MPS/DLR/IDA

doi.org/10.1038/s41550-025-02533-7
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#Vesta 

Novas pesquisas mostram que Vesta, um dos maiores objetos do cinturão de asteroides, pode não ser exatamente o que pensávamos

Em vez de ser um “quase planeta” com camadas internas bem definidas, como crosta, manto e núcleo, Vesta parece ter uma estrutura mais uniforme. Essa descoberta surpreendente sugere que ele pode ser um fragmento de um planeta antigo que nunca se formou completamente.

O que é Vesta, afinal?

Por muito tempo, cientistas acreditaram que Vesta era mais do que um simples asteroide. Dados antigos indicavam que ele tinha camadas internas, como um planeta em formação. Isso fez de Vesta um objeto importante para entender como os planetas, incluindo a Terra, se formaram no início do sistema solar.

Mas um novo estudo, liderado pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA e com participação da Universidade Estadual de Michigan, publicado na revista Nature Astronomy, mudou essa visão. Os pesquisadores descobriram que Vesta não tem um núcleo claro, o que desafia a ideia de que ele era um “proto-planeta? – um corpo celeste que quase virou um planeta.

“Foi muito surpreendente descobrir que Vesta não tem um núcleo”, disse Seth Jacobson, professor da Universidade Estadual de Michigan e coautor do estudo. “Isso nos faz repensar completamente o que Vesta é.”

Duas possíveis explicações

Os cientistas propuseram duas hipóteses para explicar o que Vesta pode ser:

– Diferenciação incompleta: Vesta pode ter começado a derreter e formar camadas internas, como núcleo, manto e crosta, mas o processo parou no meio do caminho.

– Fragmento de um planeta: Vesta pode ser um pedaço de um planeta em formação que foi destruído em uma grande colisão no passado.

A segunda ideia, sugerida por Jacobson anos atrás em uma conferência, parecia improvável na época. Mas, com novas análises dos dados da missão Dawn da NASA, ela ganhou força. “O que era uma sugestão meio maluca agora é uma hipótese que levamos a sério”, disse Jacobson.

Por que Vesta é diferente?

A maioria dos asteroides é feita de um material antigo chamado condrito, que parece cascalho cósmico. Mas Vesta é especial: sua superfície é coberta por rochas vulcânicas de basalto, indicando que ele passou por um processo de derretimento chamado diferenciação planetária, onde materiais mais pesados, como metais, afundam para formar um núcleo.

Entre 2011 e 2012, a sonda Dawn, lançada pela NASA em 2007, estudou Vesta de perto. Ela orbitou o asteroide, tirou fotos detalhadas e mediu seu campo gravitacional. Esses dados ajudaram criando um mapa preciso da superfície de Vesta. Com o tempo, os cientistas melhoraram as técnicas de análise desses dados, o que levou a novas descobertas sobre a estrutura interna de Vesta.

O que os dados revelaram?

Para entender a estrutura de Vesta, os cientistas mediram algo chamado momento de inércia, que indica como um objeto gira no espaço. É como observar uma patinadora no gelo: quando ela puxa os braços para dentro, gira mais rápido; quando os estende, gira mais devagar. Em corpos celestes, um núcleo denso faz o objeto girar de forma diferente de um sem núcleo.

As medições mostraram que Vesta não gira como se tivesse um núcleo, o que surpreendeu os pesquisadores. “Depois de anos refinando nossas técnicas, conseguimos alinhar os dados da Dawn de forma incrível”, disse Ryan Park, cientista do JPL. “Descobrimos que a história de Vesta é muito mais complexa, com processos únicos, como colisões e uma diferenciação interrompida.”

Evidências e desafios

As duas hipóteses têm pontos a favor e contra. A ideia de diferenciação incompleta é possível, mas não explica bem os meteoritos de Vesta encontrados na Terra, que sugerem um processo de derretimento mais avançado. “Estamos confiantes de que esses meteoritos vieram de Vesta, mas eles não mostram sinais claros de uma diferenciação incompleta”, explicou Jacobson.

A outra hipótese, de que Vesta é um fragmento de um planeta, sugere que colisões gigantes durante a formação dos planetas terrestres (como Terra e Marte) jogaram pedaços de material no espaço. Esses pedaços, como Vesta, não teriam núcleo, mas poderiam ter rochas derretidas, como as vistas em sua superfície.

Vesta pode ser um pedaço de planeta?

Jacobson e sua equipe, incluindo a estudante Emily Elizondo, estão explorando a ideia de que alguns asteroides no cinturão são restos de planetas em formação. Essa teoria ainda precisa de mais estudos e modelos para ser confirmada. Os cientistas também podem analisar os meteoritos de Vesta de novas formas e usar os dados da missão Dawn para investigar mais a fundo.

Reescrevendo a história dos planetas

Essa descoberta muda como vemos Vesta. “Os meteoritos de Vesta não são mais apenas pedaços de um corpo que não conseguiu virar planeta”, disse Jacobson. “Eles podem ser fragmentos de um planeta antigo, antes de ele crescer completamente. Só não sabemos ainda de qual planeta.”

Essa pesquisa é apenas o começo. Vesta pode nos ajudar a entender melhor como os planetas se formaram e até como a Terra era em seus primeiros dias. É uma nova peça no quebra-cabeça da história do sistema solar!


Publicado em 01/05/2025 13h00


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Texto adaptado por IA (Grok) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.


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