Cientistas criam ‘olo’, uma cor nova que ninguém nunca viu

Cientistas da UC Berkeley desenvolveram uma técnica chamada Oz, que utiliza lasers para estimular com precisão os fotorreceptores do olho humano, permitindo que as pessoas vejam uma nova cor azul-esverdeada vívida chamada “olo? – far more saturated than any natural color. This breakthrough not only opens new frontiers in studying human vision and color perception but also offers promising applications for understanding eye diseases and possibly enhancing color vision. Image by Unsplash

doi.org/10.1126/sciadv.adu1052
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#Olhos 

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, desenvolveram uma tecnologia chamada “Oz? que consegue controlar até mil células dos olhos ao mesmo tempo

Isso está ajudando a entender melhor como vemos cores e por que algumas pessoas perdem a visão.

No livro O Mágico de Oz, de Frank Baum, a Cidade das Esmeraldas é tão verde e brilhante que os visitantes precisam usar óculos verdes para proteger os olhos. Na verdade, esses óculos são um truque do mágico, porque tornam a cidade ainda mais verde. Inspirados por essa ideia, os cientistas criaram a tecnologia “Oz? e, com ela, conseguiram fazer as pessoas enxergarem uma cor totalmente nova, um tom de azul-esverdeado superintenso que chamaram de “olo”.

“Era como um azul-esverdeado incrivelmente forte. Qualquer cor natural parecia apagada perto dela”, disse Austin Roorda, professor de optometria da universidade e um dos criadores do Oz.

Nesta foto, Hannah Doyle, uma estudante de pós-graduação da UC Berkeley, opera o sistema Oz em um laptop. Crédito: UC Berkeley

Como funciona o Oz”

O Oz usa pequenos feixes de laser para ativar células específicas no olho, chamadas fotorreceptores. Com essa tecnologia, os cientistas conseguem mostrar não só a cor olo, mas também outras cores, linhas, pontos em movimento e até imagens, como de bebês e peixes. Além disso, o Oz pode ajudar a responder perguntas importantes sobre como enxergamos e o que causa problemas de visão.

“Escolhemos o nome Oz porque foi como embarcar em uma viagem para a terra de Oz, onde vimos uma cor brilhante que nunca tínhamos visto antes”, explicou James Carl Fong, estudante de doutorado que ajudou criando o sistema.

A tecnologia permite estudar a retina (parte do olho responsável pela visão) com uma precisão nunca antes alcançada. Os resultados desse trabalho foram publicados na revista Science Advances e o projeto recebeu apoio de instituições como o Instituto Nacional de Saúde dos EUA.

Como vemos cores”

No olho humano, existem três tipos de células chamadas cones, que nos permitem ver cores. Cada tipo de cone capta uma faixa de luz diferente:

– Cones S: enxergam luzes mais azuladas.

– Cones M: enxergam luzes esverdeadas.

– Cones L: enxergam luzes avermelhadas.

Por uma questão da evolução, os cones M e L captam luzes muito parecidas, o que faz com que 85% da luz que ativa os cones M também ative os cones L. Isso significa que não existe uma luz no mundo que ative apenas os cones M.

“Eu me perguntei: o que aconteceria se pudéssemos ativar só os cones M? Será que veríamos o verde mais verde de todos””, disse Ren Ng, outro professor envolvido no projeto.

Como o Oz criou a cor olo”:

Para responder a essa pergunta, Ng e Roorda usaram a tecnologia de laser de Roorda, que já era usada por médicos para estudar doenças dos olhos. Eles desenvolveram o Oz para ativar milhares de cones de uma vez, criando a sensação de uma cor nova.

James Fong, que começou trabalhando no projeto ainda na graduação, criou o programa que transforma imagens e cores em milhares de pulsos de laser direcionados à retina. Para isso, os cientistas precisaram mapear os cones de cada pessoa, ou seja, descobrir onde estão os cones S, M e L no olho de cada um. Esse mapa foi feito com a ajuda de outros pesquisadores da Universidade de Washington.

O laser usado no Oz é de uma única cor (parecida com a de um apontador laser verde), mas, ao ativar diferentes combinações de cones, ele engana o olho para ver cores variadas. Quando ativa principalmente os cones M, o olho enxerga a cor olo.

“A área que o laser ilumina é pequena, do tamanho da unha do dedo indicador vista de longe. Mas, se pudéssemos, gostaríamos de preencher todo o campo de visão, como uma tela de cinema IMAX”, disse Roorda.

A experiência de ver o olo

Cinco pessoas participaram dos experimentos para ver a cor olo, incluindo Roorda e Ng. Eles compararam o olo a outras cores e disseram que parecia um azul-esverdeado ou verde-pavão, muito mais intenso do que qualquer cor natural, como a luz de um laser verde.

“Quando vi o olo ao lado de outras cores, foi uma experiência incrível”, contou Roorda.

Hannah Doyle, outra estudante envolvida no projeto, testou o que acontecia se o laser fosse levemente desviado, atingindo cones aleatoriamente em vez de só os cones M. Nesse caso, as pessoas paravam de ver o olo e enxergavam apenas o verde normal do laser.

“Eu vi o olo depois e é realmente impressionante. Você sabe que está vendo algo muito azul-esverdeado. Quando o laser é desviado, a cor normal parece quase amarela de tão diferente”, disse Doyle.

Para que serve o Oz?

Além de criar cores novas, o Oz pode ajudar estudando doenças dos olhos e problemas de visão. Muitas doenças, como a degeneração macular, afetam os cones, e o Oz pode simular essas perdas em pessoas saudáveis para entender melhor como elas acontecem.

Os cientistas também estão explorando se o Oz pode ajudar pessoas com daltonismo a enxergar mais cores ou até permitir que humanos vejam o mundo com quatro tipos de cones, como alguns animais. Isso seria como enxergar em “tetracromacia”, algo que humanos normais não conseguem.

O que isso significa”

O Oz mostra que é possível criar experiências visuais novas apenas manipulando as células dos olhos. “Descobrimos que podemos recriar uma visão normal e até expandi-la, como fizemos com o olo”, disse Roorda. “Ainda é um mistério se o cérebro consegue entender e apreciar sinais visuais novos, mas acredito que sim. O cérebro humano é incrível e faz um ótimo trabalho ao dar sentido ao que vemos, seja algo comum ou totalmente novo.”

Essa descoberta abre portas para entender melhor a visão e pode até mudar a forma como percebemos o mundo!


Publicado em 01/05/2025 05h51


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Texto adaptado por IA (Grok) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.


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