Mistério da era do gelo: como os humanos faziam fogo há milhares de anos

Seção através da grande lareira 1. Crédito: Philip R. Nigst

doi.org/10.1002/gea.70006
Credibilidade: 989
#Era do gelo 

Pesquisa revela uso inteligente e variado de fogueiras na Era do Gelo

O fogo foi essencial para a sobrevivência dos humanos durante a Era do Gelo, usado para cozinhar, se aquecer, iluminar e fabricar ferramentas. Mas por que encontramos tão poucas evidências bem preservadas de fogueiras do período mais frio dessa era na Europa? Uma equipe de cientistas das Universidades do Algarve (Portugal) e de Viena (Áustria) trouxe novas respostas para esse enigma.

Ao estudar três fogueiras em um sítio pré-histórico na Ucrânia, os pesquisadores descobriram que, durante o auge da Era do Gelo, as pessoas construíam diferentes tipos de fogueiras, usando principalmente madeira, mas possivelmente também ossos e gordura como combustível. Os resultados foram publicados na revista Geoarchaeology.

A grande lareira 1 durante a escavação. Crédito: Philip R. Nigst

Fogo – muito mais que aquecimento

Há cerca de 45.000 a 10.000 anos, durante o Paleolítico Superior, os Homo sapiens na Europa usavam o fogo de várias formas. “O fogo não servia apenas para manter o calor. Ele era crucial para cozinhar, fazer ferramentas e para encontros sociais”, explica Philip R. Nigst, arqueólogo da Universidade de Viena e um dos principais autores do estudo. Apesar de sua importância, há poucas evidências de fogueiras do período mais frio da Era do Gelo, entre 26.500 e 19.000 anos atrás.

“Sabemos que o fogo era comum antes e depois desse período, mas durante o pico da Era do Gelo, as evidências são raras”, diz William Murphree, geoarqueólogo da Universidade do Algarve e líder do estudo.

Sítio de escavação Korman” 9, localizado às margens do rio Dnister, na Ucrânia. Crédito: Philip R. Nigst

Análise moderna de fogueiras antigas

Os cientistas conseguiram estudar três fogueiras na Ucrânia usando técnicas avançadas, como análise microestratigráfica, micromorfologia e análise colorimétrica. Eles descobriram que as fogueiras eram simples, planas e feitas principalmente com madeira, alcançando temperaturas acima de 600°C. Isso mostra que os humanos da época dominavam bem o controle do fogo, mesmo em condições extremas.

A análise revelou que a madeira usada era principalmente de abetos (um tipo de pinheiro), mas outros combustíveis, como ossos ou gordura, também podem ter sido utilizados. “Alguns ossos de animais encontrados no local foram queimados em temperaturas acima de 650°C. Estamos investigando se foram usados como combustível ou se apenas queimaram por acidente”, explica Marjolein D. Bosch, zooarqueóloga da Universidade de Viena.

A grande lareira 1 coberta por 2,5 metros de sedimentos de loess. Crédito: Philip R. Nigst

Fogo adaptado às estações do ano

As três fogueiras eram abertas e planas, mas os estudos sugerem que foram usadas de forma inteligente e variada. Uma delas era maior e mais espessa, indicando que atingia temperaturas mais altas. “As pessoas controlavam o fogo com precisão e o usavam de maneiras diferentes, dependendo da necessidade. Nossos resultados também mostram que esses caçadores-coletores voltavam ao mesmo lugar em diferentes épocas do ano, durante suas migrações”, explica Nigst.

Por que tão poucas fogueiras”

Apesar dessas descobertas, o pequeno número de fogueiras encontradas desse período ainda intriga os cientistas. “Será que as evidências foram destruídas pelo congelamento e descongelamento do solo, típico da Era do Gelo””, questiona Murphree. “Ou será que as pessoas tinham dificuldade para encontrar combustível suficiente? Talvez usassem outras soluções tecnológicas em vez do fogo””, sugere Nigst.

Com essas novas descobertas, os pesquisadores esperam entender melhor o papel do fogo na evolução humana. O domínio do fogo foi, sem dúvida, uma das tecnologias mais importantes para o sucesso da nossa espécie em povoar todos os cantos do planeta.


Publicado em 01/05/2025 00h13


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Texto adaptado por IA (Grok) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.


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