Vênus está vivo? uma crosta em movimento pode estar alimentando seus 85 mil vulcões

Um vulcão é visto na superfície de Vênus. Crédito: NASA/JPL-Caltech/ESA

doi.org/10.1016/j.pepi.2025.107332
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#Vênus 

Vênus, o planeta vizinho da Terra, pode estar muito mais ativo geologicamente do que os cientistas imaginavam

Um novo estudo sugere que a camada externa de Vênus, chamada de crosta, pode estar se mexendo por causa de um processo chamado convecção. Esse movimento pode ser a razão por trás dos milhares de vulcões que cobrem o planeta.

Essa descoberta muda o que os cientistas pensavam sobre a convecção, que normalmente acontece bem no interior de planetas, como no manto da Terra. Agora, os pesquisadores acreditam que isso pode estar acontecendo na crosta de Vênus, e isso nos ajuda a entender melhor como o planeta evoluiu. Curiosamente, até Plutão entra nessa história, com padrões estranhos em sua superfície que podem ser causados por um movimento parecido, mas com gelo.

A Superfície Quente de Vênus Pode Ser Mais Ativa do Que Imaginávamos

Vênus é um planeta muito quente, cheio de vulcões – cerca de 85 mil deles! Por muito tempo, os cientistas acharam que a atividade geológica de Vênus acontecia só no interior profundo do planeta. Mas pesquisadores da Universidade de Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos, fizeram novos cálculos que mostram que a crosta de Vênus pode estar se mexendo o tempo todo por causa da convecção. Isso pode explicar por que o planeta tem tantos vulcões e outras formações na superfície.

“Ninguém tinha pensado na possibilidade de convecção na crosta de Vênus antes”, disse Slava Solomatov, professor de ciências da Terra e planetárias da universidade. “Nossos cálculos mostram que a convecção é possível e talvez até provável. Se isso for verdade, muda o que sabemos sobre a evolução de Vênus.?

O estudo, feito junto com a pesquisadora Chhavi Jain, foi publicado na revista Physics of the Earth and Planetary Interiors.

Um Processo Conhecido, Mas em um Lugar Inesperado

Na geologia, a convecção é um processo em que o material quente sobe e o material mais frio desce, criando um ciclo contínuo, como se fosse uma esteira rolante. Na Terra, isso acontece bem no fundo, no manto, e é o que faz as placas tectônicas se moverem, causando terremotos e formando montanhas.

A crosta da Terra, que tem cerca de 40 km de espessura nos continentes e 6 km nos oceanos, é muito fina e fria para ter convecção. Mas Solomatov suspeitava que a crosta de Vênus, que pode ter entre 30 e 90 km de espessura dependendo do lugar, além de ser muito quente, poderia permitir esse movimento.

Novas Teorias, Novas Possibilidades

Para testar essa ideia, Solomatov e Jain usaram novas teorias de dinâmica de fluidos desenvolvidas no laboratório deles. Os cálculos mostraram que a crosta de Vênus realmente pode ter convecção – uma ideia totalmente nova sobre a geologia do planeta.

Em 2024, os dois pesquisadores usaram o mesmo método para estudar Mercúrio e descobriram que a convecção não acontece no manto desse planeta, porque ele é muito pequeno e já esfriou muito desde que se formou, há 4,5 bilhões de anos.

Calor Extremo e a Busca por uma Explicação

Vênus é um planeta extremamente quente, tanto por dentro quanto por fora. A temperatura na superfície chega a 470 graus Celsius, e os vulcões e outras formações mostram sinais claros de derretimento. Os cientistas sempre se perguntaram como o calor do interior do planeta chega até a superfície. “A convecção na crosta pode ser a peça que faltava para explicar isso”, disse Solomatov.

Esse movimento na crosta também pode influenciar o tipo e a localização dos vulcões em Vênus. Em 2023, Paul Byrne, outro professor da mesma universidade, publicou um atlas com 85 mil vulcões de Vênus, usando imagens de radar da missão Magellan, da NASA, feita nos anos 1990. Solomatov disse que ele e Byrne estão pensando em trabalhar juntos no futuro, combinando modelos matemáticos com observações da superfície de Vênus para entender melhor a geologia do planeta.

O Que as Futuras Missões Podem Revelar

Solomatov espera que missões futuras a Vênus tragam dados mais detalhados sobre a densidade e a temperatura da crosta. Se a convecção estiver acontecendo como eles imaginam, algumas áreas da crosta devem ser mais quentes e menos densas do que outras, e essas diferenças poderiam ser medidas com equipamentos que analisam a gravidade com alta precisão.

Mas um alvo ainda mais interessante pode ser Plutão, o pequeno planeta gelado que fica bem longe, no limite do sistema solar. Imagens da missão New Horizons mostraram padrões curiosos na região chamada Sputnik Planitia, em Plutão. Esses padrões parecem formar polígonos, como se fossem limites de placas tectônicas na Terra. Eles são causados por movimentos lentos de convecção em uma camada de gelo de nitrogênio sólido, com 4 km de espessura. “Plutão é provavelmente o segundo corpo no sistema solar, além da Terra, onde a convecção que move a tectônica é claramente visível na superfície”, disse Solomatov. “É um sistema fascinante que ainda precisamos entender melhor.?


Publicado em 05/04/2025 22h25


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Texto adaptado por IA (ChatGPT / Gemini) do original em inglês. Imagens de bibliotecas públicas de imagens ou créditos na legenda. Informações sobre DOI, autor e instituição encontram-se no corpo do artigo.


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