Fossilização Vulcânica: Um ‘Evento Pompeia’ preservou dinossauros imaculados?

Dois esqueletos perfeitamente articulados do dinossauro Psittacosaurus de tamanho de ovelha, encontrados na Formação Yixian da China.Novas pesquisas sugerem que eles morreram em colapsos de bueiros, e não por meio de vulcanismo, como se pensava anteriormente. Crédito: Jun Liu, Institute of Paleontology and Paleoanthropology, Chinese Academy of Sciences

doi.org/10.1073/pnas.2322875121
Credibilidade: 989
#Dinossauro 

Pesquisas recentes sugerem que os fósseis excepcionais da Formação Yixian, na China, não foram preservados por atividade vulcânica como se pensava antes, mas por processos naturais de sedimentação.

Isso mudou o que cientistas acreditavam sobre como esses fósseis se formaram.

O Paraíso dos Fósseis na Formação Yixian:

Entre 120 e 130 milhões de anos atrás, durante a era dos dinossauros, a região onde hoje fica o nordeste da China era cheia de florestas e lagos. Nessa época, havia uma enorme diversidade de vida. Desde os anos 1980, moradores da região começaram encontrando fósseis incrivelmente bem preservados, o que levou a uma corrida por essas relíquias. Fósseis como dinossauros com penas, pássaros antigos, mamíferos, e até animais lutando foram desenterrados.

Esses fósseis foram tão importantes que ajudaram a provar que os dinossauros tinham penas e eram ancestrais das aves modernas, revolucionando nosso entendimento da evolução.

Representação artística de um petsitacossauro dinossauro com bebês sendo caçado por um mamífero.Um conjunto de fósseis da Formação Yixian preservou os restos dessas espécies em um combate mortal, congelados em meio à ação. O dinossauro é mostrado aqui com penas protobrilhantes em sua cauda.

O Mito do “Evento Pompeia”

Por muito tempo, os cientistas pensaram que os fósseis da Yixian tinham sido preservados por erupções vulcânicas, como aconteceu com as pessoas em Pompeia, que foram cobertas por cinzas do vulcão Vesúvio em 79 d.C. Essa ideia levou ao apelido de “Pompeia chinesa? para o local.

No entanto, uma nova pesquisa revelou que essa teoria estava errada. Em vez de ondas de cinzas quentes, os fósseis foram preservados por um processo mais comum: deslizamentos de terra, colapsos de buracos e períodos chuvosos que rapidamente enterraram os corpos em sedimentos sem oxigênio. Isso fez com que as partes moles, como penas e órgãos, se preservassem.

Estudo coautor Paul Olsen no sítio onde o primeiro dinossauro não-aviano de penas foi encontrado, em 1996. Ele possuía penas filamentosas excelentemente preservadas, mostrando que os dinossauros não-pássaros as desenvolveram primeiro para isolamento, e não voo. Crédito: Paul Olsen

Descobertas Revolucionárias e Novas Técnicas

Para estudar esses fósseis, os cientistas usaram um método chamado espectrometria de massa de alta precisão, analisando grãos de zircão (um mineral) para datar os fósseis. Eles descobriram que tudo aconteceu em um período de menos de 93 mil anos, e não em erupções repetidas.

O estudo mostrou que muitas mortes aconteceram em condições normais. Por exemplo, alguns animais podem ter sido enterrados quando suas tocas desabaram ou quando o solo ficou encharcado de água. E, ao contrário das vítimas de Pompeia, que morreram em poses dramáticas, os fósseis da Yixian parecem estar descansando, como se tivessem adormecido.

Uma equipe do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing em um local onde muitos restos mortais de psitacossauro foram descobertos. À direita, um dos quarteirões escavados por pessoas locais em busca de fósseis.

E o Que Isso Significa

Essas descobertas são um lembrete de que nem sempre precisamos de explicações extraordinárias para coisas que não entendemos. Os fósseis da Yixian são um retrato de mortes naturais, preservadas de forma incrível por processos comuns.

No futuro, mais pesquisas poderão revelar ainda mais fósseis raros. Alguns lugares nos Estados Unidos, por exemplo, podem ter fósseis similares, mas encontrar e escavar esses locais é caro e complicado.

Compradores browse fossils at a store in the city of Chaoyang, a center of the Chinese fossil trade. Crédito: Paul Olsen

Este estudo foi realizado por cientistas de diversas instituições, incluindo a Universidade de Columbia e a Academia Chinesa de Ciências, destacando a importância da cooperação internacional na ciência.


Publicado em 17/11/2024 09h22


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