Existem duas versões do coronavírus. Um não é mais perigoso que o outro

Existem duas versões principais do coronavírus (duas partículas virais com melhor cor mostradas nesta micrografia eletrônica de transmissão), mas uma não deixa as pessoas mais doentes que a outra, segundo um novo estudo.

Fatores como a idade de uma pessoa e a contagem de glóbulos brancos são mais importantes para a gravidade da doença

As diferenças entre os pacientes, e não a composição genética do coronavírus, determinam a gravidade do COVID-19, segundo um estudo.

Fatores como a idade de uma pessoa e a contagem de glóbulos brancos estão associados à gravidade da doença, mostra uma análise de 326 pacientes com COVID-19 de Xangai. As pessoas idosas e com baixos níveis de certas células imunológicas conhecidas como células T e altos níveis de um produto químico imune chamado IL-6 tendem a ser mais doentes. Mas a versão do coronavírus com a qual as pessoas foram infectadas não fez diferença em como ficaram doentes, informou a equipe em 20 de maio na Nature.

A IL-6 é uma proteína conhecida como citocina, uma das muitas proteínas que sinalizam o sistema imunológico para acelerar as defesas. O sistema imunológico hiperativo, conhecido como tempestades de citocinas, é um problema para pessoas com casos graves de COVID-19.

No novo estudo, a equipe identificou duas versões principais do coronavírus SARS-CoV-2, chamadas clade I e clade II, examinando a composição genética do vírus em 94 dos casos e 221 genomas no banco de dados de coronavírus GISAID. O GISAID é um repositório que mantém centenas de genomas virais – o conjunto completo de instruções genéticas de um vírus – compilado por pesquisadores de todo o mundo. Esses genomas são usados para monitorar como o vírus está evoluindo e traçando seu caminho em todo o mundo.

Duas mutações distinguem o clado I do clado II. Outros pesquisadores já haviam encontrado as mesmas alterações genéticas e especularam que uma versão pode ser mais virulenta ou transmitir melhor entre as pessoas. Mas os novos dados não mostram diferença na contagiosidade ou na gravidade da doença entre as pessoas infectadas por um dos clados.

O Clade I foi associado a seis casos do Huanan Seafood Wholesale Market, em Wuhan. O Clade II foi encontrado nos primeiros casos da doença em Wuhan que não estavam associados ao mercado. Comparando a composição genética das duas versões, os pesquisadores concluem que o coronavírus provavelmente saltou de um animal para o homem em algum momento no final de novembro. O mercado de frutos do mar não foi onde o vírus se originou, diz a equipe, mas foi onde as pessoas foram infectadas com o clade I, chamando a atenção para o novo coronavírus.


Publicado em 25/05/2020 16h15

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