Roedor antigo extinto gigante tinha um cérebro minúsculo

Imagem cerebral virtual no interior do crânio translúcido de Neoepiblema acreensis (UFAC 4515) do Mioceno Superior do Brasil (a) e caviomorfos existentes: (b) Hydrochoerus hydrochaeris (OUVV 10698); (c) Dinomys branickii (MCN-D 074); (d) Lagostomus maximus (CAPPA / UFSM-AC); (e) Coendou spinosus (MCN 355) (f) Chinchilla lanigera (OUVC 9529); (g) uma reconstrução artística de N. acreensis (de Márcio L. Castro). Crédito: Biology Letters (2020). DOI: 10.1098 / rsbl.2019.0914

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, da Universidade Federal do Acre e do Instituto e Museu Paleontológico descobriu os restos antigos de um roedor gigante, extinto e com cérebro minúsculo que já viveu na América do Sul.

Em seu trabalho publicado na revista Biology Letters, o grupo descreve os restos esqueléticos encontrados e como o roedor provavelmente apareceu quando vivo.

Enquanto trabalhavam no Estado do Acre, no que é hoje o Brasil, os pesquisadores descobriram um crânio quase completo e um fragmento de outro crânio de uma criatura anteriormente desconhecida. Essa criatura acabou sendo o maior roedor já conhecido na América do Sul. Os pesquisadores nomearam o achado Neoepiblema acreensis.

O crânio quase completo estava em muito boas condições – estava tão bem preservado que os pesquisadores conseguiram distinguir as impressões feitas pelas lâmpadas olfativas, que são partes do cérebro envolvidas no processamento de odores. Eles também foram capazes de ver onde estavam os lobos frontal e temporal. Observando o tamanho do crânio, os pesquisadores conseguiram calcular o provável tamanho geral do roedor. Eles estimam que a criatura tinha aproximadamente 1,5 metros de comprimento e pesava aproximadamente 80 kg – tornando-a aproximadamente do tamanho de um ser humano adulto. Ele também tinha incisivos muito grandes.

Um estudo mais aprofundado dos crânios mostrou que ambos tinham aproximadamente 10 milhões de anos. Eles também descobriram que as criaturas eram parentes extintos das modernas pacaranas e chinchilas e que viviam na parte ocidental da Amazônia brasileira. Naquela época, antes da área ser uma floresta tropical, era um pântano, e a América do Sul ainda era isolada da América do Norte e da Antártica. Os pesquisadores também observaram que, devido ao seu tamanho grande, provavelmente não era o alvo de muitos predadores, embora fosse uma boa refeição para os crocodilos gigantes que viveram na área durante o mesmo período. Eles também supõem que provavelmente não era muito inteligente – seu cérebro era pequeno em comparação com o resto do corpo, pesando apenas 113 gramas.


Publicado em 13/02/2020 13h13

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