Pulsos estelares misteriosos podem ser sinais alienígenas, afirma estudo

Um estudo publicado em outubro de 2016 relatou a detecção de pulsos de luz ímpares provenientes de 234 de 2,5 milhões de estrelas observadas pelo telescópio de 2,5 metros do Sloan Digital Sky Survey no Novo México (foto aqui). Esses pulsos são consistentes com os sinais que alienígenas inteligentes podem produzir, afirmaram os autores do estudo (Imagem: © SDSS / Fermilab Visual Media Services / NASA)

Esse estudo é de Outubro de 2016 mas, como até agora não encontrei uma explicação que contestasse essas afirmações, reproduzo aqui o artigo de 3 anos atrás.


Pulsos estranhos de luz cósmica podem ser sinais de centenas de civilizações alienígenas diferentes – ou apenas o último alarme falso na tortuosa busca por ET.

Este mês [Outubro de 2016], os astrofísicos Ermanno Borra e Eric Trottier, ambos da Universidade Laval, em Quebec, anunciaram que detectaram misteriosos sinais de luz vindos de 234 estrelas diferentes em nossa galáxia da Via Láctea. Esses pulsos correspondem ao perfil de sinais que Borra, em um artigo de 2012, previu que alienígenas inteligentes podem usar para chamar nossa atenção, escreveram os autores.

“Descobrimos que os sinais detectados têm exatamente a forma de um sinal de ETI [inteligência extraterrestre] previsto na publicação anterior e, portanto, estão de acordo com essa hipótese”, escreveu a dupla no jornal, publicado on-line em 14 de outubro no Revista Publicações da Sociedade Astronômica do Pacífico.

“O fato de serem encontrados apenas em uma fração muito pequena de estrelas dentro de uma faixa espectral estreita centrada perto do tipo espectral do sol também está de acordo com a hipótese da ETI”, acrescentaram os pesquisadores no estudo. (Borra e Trottier analisaram os espectros de 2,5 milhões de estrelas estudados pelo Sloan Digital Sky Survey, que usa um telescópio no Novo México.)

Mas não fique muito animado: Borra e Trottier disseram que são necessárias observações adicionais para confirmar esta hipótese, e os astrônomos externos são ainda mais enfáticos nesse ponto. De fato, uma dose saudável de ceticismo é garantida, disse Seth Shostak, astrônomo sênior do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial) em Mountain View, Califórnia.

Por exemplo, parece improvável que 234 sociedades alienígenas separadas enviem esses sinais semelhantes mais ou menos simultaneamente, disse Shostak.

“Seria como esperar que enviassemos os mesmos sinais que os abissínios – não faz muito sentido”, disse ele ao Space.com. “Se eu fosse um apostador, eu apostaria que esse é um artefato da maneira como eles processaram seus dados”.

Shostak também disse que conhecia seis revisores diferentes que haviam recomendado a publicação do artigo, pelo menos sem uma revisão significativa. No entanto, ele enfatizou que as Publicações da Sociedade Astronômica do Pacífico são um periódico respeitável.

Os astrônomos por trás do Breakthrough Listen, um projeto de US $ 100 milhões que está examinando os céus em busca de sinais do SETI nos próximos 10 anos, também pediram ceticismo.

“A comunidade internacional do SETI estabeleceu uma escala de 0 a 10 para quantificar detecções de fenômenos que podem indicar a existência de vida avançada além da Terra, denominada ‘Escala do Rio'”, membros da equipe da Breakthrough Listen, cujo programa científico está sediado em O Berkeley SETI Research Center (BSRC) da Universidade da Califórnia, Berkeley, disse em comunicado. “A equipe da BSRC avalia atualmente o resultado Borra-Trottier como 0 ou 1 (Nenhum / Insignificante) nessa escala”.

Mas ceticismo não é a mesma coisa que demissão. Shostak acha que as estrelas destacadas por Borra e Trottier são dignas de investigação de acompanhamento, assim como Breakthrough Listen. De fato, a última organização planeja estudar várias dessas estrelas usando o telescópio óptico Automated Planet Finder de 7,9 pés (2,4 metros) no Lick Observatory, na Califórnia, disseram os membros da equipe no mesmo comunicado.

A longa história de alarmes falsos do SETI – incluindo uma detecção que gerou burburinho em agosto passado, mas que logo foi atribuída a um satélite russo – não deve impedir os cientistas de verificar candidatos intrigantes, enfatizou Shostak.

“Você não pode ficar muito cínico”, disse ele. “Você não quer jogar o bebê fora com a água do banho.”


Resumindo, pode haver no universo uma rede de comunicação alienígena e podemos ter detectado o sinal dela. Sei que parece absurdo, pois de cara detectaram sinais em 234 estrelas.

Primeiro vamos entender o que eles fizeram:

Tudo começou em 2012 quando um astrônomo (Ermanno Borra) sugeriu enviarmos um pulso de laser junto com a luz que o Sol emite. Assim seria possível que outra civilização, estudando a assinatura de luz do Sol (como fazemos hoje com outras estrelas), detectasse nosso sinal.

Funcionaria assim: Seria emitido um pulso de laser com uma diferença de poucos nanosegundos entre um e outro. Isso funcionaria com a nossa tecnologia, mas o sinal de laser teria que ser apontado diretamente para a civilização que queremos atingir.

Mas não ficou por aí. Depois de elaborar essa ideia, Ermanno Borra pensou que alguém em algum lugar do universo poderia ter pensado a mesma coisa, enviando sinais de luz pelo universo junto com a luz de sua estrela através de fachos de luz e exatamente como ele pensou, alternados com uma diferença de 0,1 nanosegundo entre eles. Um outro astrônomo (Eric Trottier) comprou a ideia e, junto com Borra, analisaram juntos 2.5 milhões de sinais de estrelas diferentes do SDSS (Sloan Digital Sky Survey – Projeto de observação astronômica).

A surpresa foi grande porque não encontraram apenas uma, mas 234 estrelas emitindo o sinal.

E mais: As estrelas são de vários tipos e tamanhos, mas sabe-se que a vida não é provável em estrelas muito grandes ou muito pequenas. Mas o estudo mostrou que as estrelas que emitiram o sinal são exatamente as que se supõe possam abrigar vida.

Existem estrelas do tipos M, K, G, F, A, B, e O

As estrelas do tipo M são anãs vermelhas muito pequenas, a zona habitável delas encontra-se muito próxima da estrela e estão muito sujeitas às flares e explosões o que tornaria impossível a vida.

As do tipo B e O são gigantes e, como queimam rapidamente seu combustível, tem um tempo de vida curto demais para permitir o desenvolvimento de civilizações inteligentes.

Sobram as medianas, K, G, F e A. O nosso Sol é uma estrela do tipo G.

As 234 que emitiram o sinal são quase que só dos tipos K, G e F, temos apenas uma do tipo A. Se fosse um erro de calibragem o sinal teria sido notado em outros tipos. Pode ser algo natural, algo novo? Até que pode, assim como um erro do equipamento ou calibragem.

Mas vejam: Para que esse sinal tivesse chegado até nós, era necessário que todas as estrelas estivessem apontando seus lasers em nossa direção. Essa pergunta não tem resposta… A não ser que tenha uma explicação curiosa, como uma rede de comunicação com transmissões em direções específicas. Se for isso, por que estariam apontando exatamente para cá, para o nosso Sol. Ou para um ponto exatamente além do Sol…


Publicado em 19/10/2019

Artigos originais:

Estudo original:

O estudo no ArXiv:


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