Um novo esfenodontista do Brasil é o registro mais antigo do grupo no Gondwana

Espécime de Holotipia do Clevornossauro hadroprodon. Fotografia (a) e desenho esquemático (b) da MMACR PV-027-T. Fotografia (c) e desenho esquemático (d) do material adicional da mandíbula (MMACR PV-028-T) Crédito: Randall L. Nydam, Ph.D., Universidade Centro-Oeste

Pesquisa publicada nesta quarta-feira (14 de agosto) na Scientific Reports descreve o Clevosaurus hadroprodon, uma nova espécie de réptil do estado do Rio Grande do Sul no sul do Brasil. Seus restos fósseis – mandíbulas e ossos cranianos associados – foram coletados de rochas do Triássico (c. 237-228 milhões de anos), tornando-se o fóssil mais antigo desse tipo no Gondwana, o supercontinente do sul que viria a se tornar a África, Antártica, Austrália. , Índia e América do Sul.

O Clevrosurus hadroprodon era um animal pequeno, semelhante em tamanho às lagartixas comuns. Pertence à Sphenodontia, um grupo de lepidossauros (que também inclui cobras, lagartos e anfisbenas), que foi muito diversificado e difundido durante a era Mesozóica (a “Era dos Dinossauros”), mas hoje tem apenas uma espécie viva restante em Nova Zelândia. O Clevrosurus hadroprodon é o membro mais antigo dos Clevosauridae, um grupo de pequenos sphenodonts que foram os primeiros lepidossauros distribuídos globalmente com fósseis do final do Triássico e do início do Jurássico da América do Norte, Europa, Ásia, África e América do Sul.

A dentição do Clevornossauro hadroprodon é uma mistura inesperada de dentes primitivos e derivados. É a mais antiga ocorrência da dentição totalmente acrodontes (dentes fundidos ao topo dos ossos da mandíbula) dos esfeno- dontianos, mas a maioria dos dentes é relativamente simples e semelhante a lâminas, o que difere de outras espécies de Clevosaurus, apenas um pouco mais jovens. expansões medial-posteromedial bem desenvolvidas (lado a lado) dos dentes para a moagem complexa. “Entretanto, o Clevrodurus hadroprodon também possui um grande dente denteado na primeira posição dentária de ambos os maxilares (maxilar superior) e dentário (mandíbula inferior). Essa característica é tipicamente observada apenas em linhagens esfeno-nodais posteriores” diz Annie. Schmaltz Hsiou, Professor Associado da Universidade de São Paulo e chefe do estudo. O nome “hadroprodon” é grego para “primeiro dente maior” em referência a esses dentes semelhantes a presas.

“O Clevrodurus hadroprodon é uma descoberta importante porque combina uma linha de dentes do tipo esfenodontico relativamente primitiva com a presença de enormes dentes semelhantes a presas que possivelmente não eram para alimentação, mas sim para competição ou defesa do parceiro. Se correto, isso significa que não Especializações odontológicas com alimentação prévia antecederam as mudanças na dentição esfenodontia relacionadas às estratégias de alimentação. Esta é uma descoberta muito excitante ”. diz o co-autor Randall Nydam, professor da Universidade Midwestern (EUA).

Além de sua dentição única, os autores ressaltam que o Clevrodurus hadroprodon também contribui para a crescente evidência de que a diversificação precoce de esfenodontistas ocorreu nas regiões amplamente separadas de Gondwana destinadas a se tornarem sul-americanas e indianas. Isso ilustra a importância do papel da fauna de lepidossauros de Gondwanan em nossa crescente compreensão dos estágios iniciais da evolução esfenodontia e da distribuição biogeográfica global dos lepidossauros.


Publicado em 14/08/2019

Artigo original: https://phys.org/news/2019-08-sphenodontian-brazil-oldest-group-gondwana.html


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