doi.org/10.1007/s00248-024-02434-8
Credibilidade: 999
#Micróbios
Uma rocha muito antiga – ou melhor, o que estava dentro dela – pode levar os cientistas a reescrever o que sabemos sobre a evolução da vida na Terra.
Isso pode ser revolucionário
Em um estudo recente publicado na revista *Microbial Ecology*, os pesquisadores encontraram microrganismos vivos selados dentro de uma pedra com 2 bilhões de anos de idade. Segundo o comunicado de imprensa, trata-se “do exemplo mais antigo de micróbios vivos encontrados em rochas antigas até agora”.
“Não sabíamos se rochas de 2 bilhões de anos eram habitáveis”, afirmou Yohey Suzuki, autor principal do estudo e professor associado na Escola de Ciências da Universidade de Tóquio. “Até agora, o depósito mais antigo em que foram encontrados microrganismos vivos tinha 100 milhões de anos e estava localizado abaixo do fundo do oceano. Portanto, essa é uma descoberta muito empolgante.”
De certa forma, essa rocha funciona como uma “máquina do tempo”. Entendemos atualmente que a vida surgiu na Terra há cerca de 3,5 bilhões de anos. Em comparação, os seres humanos estão aqui há apenas algumas centenas de milhares de anos.
Os micróbios encontrados na rocha parecem ter evoluído de forma incrivelmente lenta ao longo do tempo, de acordo com o estudo. Isso significa que o estudo aprofundado do DNA e da composição genética desses organismos recém-descobertos pode trazer informações inéditas sobre a evolução da vida primitiva no nosso planeta.
“Estudando o DNA e os genomas de micróbios como esses”, explicou Suzuki, “poderemos compreender melhor a evolução das formas de vida mais antigas da Terra.”
Descoberta com Potenciais Implicações para Outros Planetas:
A rocha antiga foi encontrada no Complexo Ígneo Bushvelt, na África do Sul, através de perfuração em profundidade.
A equipe internacional de cientistas acredita que o estudo dessa comunidade microbiana pode trazer insights valiosos para a pesquisa de vida em outros planetas.
Um dos principais objetivos da missão Perseverance, da NASA, é trazer amostras físicas de Marte. Os autores do estudo observam que essas amostras provavelmente terão idade semelhante à da rocha terrestre recém-aberta, o que torna essa descoberta um teste interessante para a ciência microbiana interplanetária.
“Encontrar vida microbiana em amostras de 2 bilhões de anos da Terra e conseguir confirmar sua autenticidade me deixa empolgado para o que podemos encontrar em amostras de Marte”, afirmou Suzuki.
Publicado em 14/10/2024 20h18
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