doi.org/10.1002/anie.202407308
Credibilidade: 989
#Depressão
Essa sonda consegue diferenciar a serotonina de moléculas semelhantes, iluminando sua presença dentro das células e oferecendo novas perspectivas sobre os mecanismos da depressão , criando um fator essencial no diagnóstico e tratamento da depressão.
Imagem da Serotonina
A serotonina desempenha um papel crucial no diagnóstico, tratamento e desenvolvimento de medicamentos para a depressão. Uma equipe de cientistas na China desenvolveu uma sonda fluorescente altamente sensível e seletiva para visualizar a serotonina. Os resultados preliminares, publicados na revista *Angewandte Chemie*, incluem observações em modelos celulares e animais.
A depressão é um grande problema de saúde pública no mundo. Os tratamentos atuais muitas vezes não são eficazes, principalmente porque os mecanismos da depressão ainda não são totalmente compreendidos. Pesquisas recentes indicam que a depressão envolve mais do que apenas a redução dos níveis de serotonina.
Avanços na Sonda Fluorescente de Serotonina:
Para investigar o papel da serotonina na depressão, a equipe liderada por Weiying Lin, da Universidade de Guangxi (China), desenvolveu uma sonda molecular fluorescente altamente seletiva. O desafio está no fato de que a estrutura e a química da serotonina são muito semelhantes a outras biomoléculas, como a melatonina e o triptofano. No entanto, análises detalhadas revelaram pequenas diferenças de reatividade. A equipe projetou um grupo reativo especial (3-mercaptopropionato) que reage de forma muito seletiva com a serotonina através de uma reação em cascata. Esse grupo foi ligado a um corante fluorescente (derivado de dicianometileno-benzopirano).
Mecanismo da Nova Sonda de Serotonina
Quando o “apêndice” é anexado à sonda, ela permanece “desligada”. Porém, ao encontrar a serotonina, ocorre uma reação entre o grupo SH do bloco reativo e uma ligação dupla na serotonina, ativando a sonda. Outra reação acontece em seguida, ativando completamente o corante fluorescente, que então “acende”. A sonda indica de forma precisa e sensível a presença de serotonina, inclusive dentro das células.
Observações em Modelos Celulares e Animais:
Os cientistas utilizaram a sonda para analisar uma linha celular neuronal que pode ser transformada em um modelo de depressão pela administração de corticosterona. Descobriram que os níveis de serotonina nas células normais e “deprimidas” eram quase iguais. No entanto, as células deprimidas conseguiam liberar muito menos serotonina quando estimuladas. A administração de medicamentos antidepressivos atuais (inibidores da recaptação de serotonina) aumentou ligeiramente essa liberação.
Implicações para o Tratamento da Depressão:
Uma hipótese é que o mTOR, uma biomolécula envolvida em várias vias de sinalização celular, poderia estar relacionado à diminuição da capacidade de liberação de serotonina. O estudo mostrou que ativadores de mTOR aumentaram significativamente a liberação de serotonina em células deprimidas, enquanto inibidores de mTOR reduziram a liberação nas células normais. Esses resultados foram confirmados tanto em células neuronais quanto em modelos de camundongos.
Esses estudos sugerem que o nível de serotonina em si não é o fator mais importante no modelo de depressão. A capacidade dos neurônios de liberar serotonina parece ser o elemento crítico, e essa habilidade está fortemente correlacionada com a atividade do mTOR, apontando para novos caminhos no tratamento da depressão.
Publicado em 08/10/2024 23h46
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