Uma missão espacial única está a caminho

Um foguete SpaceX Falcon 9 lança a missão do asteroide Hera da Agência Espacial Europeia para os asteroides binários Didymos e Dimorphos da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, em 7 de outubro de 2024. (Crédito da imagem: ESA/SpaceX)

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No dia 7 de outubro, às 11:52 (horário de Brasília), a missão Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), foi lançada a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX, partindo da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.

O objetivo da missão é alcançar o sistema binário de asteroides Didymos, que se tornou famoso em setembro de 2022, após a NASA impactar o menor dos dois asteroides, Dimorphos, com a missão DART (Double Asteroid Redirect Mission). Esse impacto alterou a órbita de Dimorphos, mostrando a viabilidade de uma estratégia de defesa planetária, que pode proteger a Terra de asteroides perigosos no futuro. Agora, a missão Hera irá estudar as consequências desse impacto.

“Queremos ver o momento em que a Hera envia o sinal de que está a caminho de Dimorphos”, disse o astrônomo Alan Fitzsimmons, membro da equipe científica da missão, em uma transmissão ao vivo antes do lançamento. A separação bem-sucedida da espaçonave Hera da última fase do foguete Falcon 9 ocorreu cerca de 1 hora e 16 minutos após o lançamento, e logo depois, a ESA confirmou o recebimento do sinal, indicando que a missão está em andamento.

Esse momento trouxe alívio à equipe da Hera. “Temos uma espaçonave funcional”, comemorou Fitzsimmons. “Agora, estamos voltando para Didymos e Dimorphos, faremos as medições necessárias e ajudaremos tornando o mundo mais seguro contra o impacto de asteroides.”

A nave espacial Hera é vista após se separar do foguete Falcon 9 com uma impressionante Terra crescente ao fundo após o lançamento em 7 de outubro de 2024. (Crédito da imagem: SpaceX/ESA)

O lançamento da Hera aconteceu após a SpaceX obter autorização da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) para retomar seus voos, após uma anomalia na semana anterior. Diferente dos lançamentos habituais da SpaceX, o primeiro estágio do Falcon 9 não retornou à Terra para um pouso controlado. Todo o combustível foi utilizado para impulsionar a Hera em sua jornada ao asteroide. Este foi o 23º voo do Falcon 9 Booster 1061, que já havia participado de várias missões, incluindo lançamentos do programa Starlink e missões da NASA com astronautas.

Durante o lançamento de astronautas em 28 de setembro, o Falcon 9 teve um problema na queima de desorbitação, resultando na queda da parte superior do foguete em uma área fora do alvo previsto no oceano.

A espaçonave Hera, que custou cerca de 398 milhões de dólares (363 milhões de euros), está acompanhada por dois pequenos cubesats, chamados Milani e Juventas. A previsão é que ela chegue a Dimorphos no final de 2026, depois de passar por Marte em 2025 para ganhar um impulso gravitacional.

Uma impressão artística de Hera e dois cubesats, chamados Juventas e Milani, que ajudarão Hera em seu estudo de Didymos e Dimorphos. (Crédito da imagem: ESA/Science Office)

A missão DART, da NASA, encurtou a órbita de Dimorphos em 33 minutos e pode ter alterado a forma da pequena lua. A missão Hera irá estudar de perto o impacto, medindo o tamanho da cratera criada pela DART e verificando as mudanças na lua em comparação com simulações anteriores. Os dois cubesats irão examinar a estrutura de Dimorphos, seus minerais e sua gravidade, o que ajudará a refinar os modelos de defesa planetária.

“A defesa planetária é um esforço internacional e estou muito feliz em ver a espaçonave Hera liderando os esforços da Europa para proteger a Terra”, disse Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, após o lançamento.


Publicado em 08/10/2024 11h39

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