Lobo-guará: um canídeo sul-americano belíssimo

O lobo-guará não é lobo nem raposa. (Crédito da imagem: Philippe Huguen/Getty Images)

#Fauna 

O lobo-guará, um lindo canino da América do Sul, não é lobo nem raposa, apesar de se parecer com ambos.

Nome: Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

Onde é encontrada: América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Peru, Uruguai)

O que se alimenta: Dieta onívora, incluindo pequenos mamíferos, aves, répteis, ovos, cana-de-açúcar, bulbos e frutas.

Por que é incrível: Se houvesse um concurso de beleza para caninos selvagens, o lobo-guará certamente seria o vencedor, com sua pelagem vermelha esvoaçante, pernas longas e orelhas grandes. Seu nome deriva da juba preta ao longo da nuca. Pelo menos um lobo-guará totalmente preto (conhecido como melanístico) foi visto e fotografado.

Apesar de se parecer com uma raposa vermelha e ser chamado de lobo, o lobo-guará não tem parentesco próximo com nenhum desses animais. Na verdade, o lobo-guará forma seu próprio gênero, Chrysocyon, que se traduz como “cachorro dourado”. Vive na América do Sul, incluindo Argentina, Brasil e Peru.

As longas pernas do lobo-guará podem ser uma adaptação para a caça em pastagens, um de seus habitats. Ao contrário de outros canídeos, come invertebrados, raízes e grama, além de alimentos mais típicos, como roedores, pequenos veados e pássaros. Existe até uma fruta associada ao lobo-guará: a lobeira, também conhecida como fruta do lobo ou guarambá. Parte da família Solanaceae – que também inclui tomate, batata, pimentão e tabaco – a fruta do lobo constitui até 50% da dieta do lobo-guará. Os cientistas acreditam que os lobos-guará comem esta fruta parecida com o tomate, que pode ter até 15 centímetros de diâmetro, para ajudar a expulsar vermes parasitas – particularmente o verme renal gigante (Dioctophyma renale), que geralmente é fatal para os lobos-guará.



Ao contrário do lobo cinzento (Canis lupus) e do cão selvagem africano (Lycaon pictus), o lobo-guará é em sua maioria solitário, mas machos e fêmeas são monogâmicos e ficam juntos por cerca de um mês durante a época de reprodução. Mesmo quando separados, eles mantêm contato por meio de um chamado descrito como “um rugido explosivo”, que pode percorrer mais de 800 metros.


Publicado em 24/09/2023 09h40

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