Evidência encontrada de íons se comportando de maneira diferente do esperado em reações de fusão

Fusão de confinamento inercial de acionamento indireto. Crédito: Nature Physics (2022). DOI: 10.1038/s41567-022-01809-3

Uma equipe de pesquisadores do National Ignition Facility (NIF) do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, encontrou evidências de íons se comportando de maneira diferente do esperado em suas reações de fusão.

Em seu artigo publicado na revista Nature Physics, o grupo descreve seu estudo de íons no plasma gerado em seu reator. Stefano Atzeni, com a Università di Roma “La Sapienza”, publicou um artigo News & Views na mesma edição da revista, dando uma visão geral do trabalho que está sendo feito no NIF e o esforço agora realizado pela equipe para entender melhor o inesperado íon comportamento.

Cientistas de todo o mundo tentam há muitos anos replicar as reações de fusão que ocorrem no sol – isso poderia fornecer à humanidade uma fonte quase ilimitada de energia. Esse trabalho tem sido passo a passo, com pesquisadores ajustando reatores em busca da combinação certa de fatores para produzir mais energia do que é usada para operar o reator.

A equipe do NIF construiu um reator que envolve disparar vários lasers em um cilindro contendo uma esfera de deutério e trítio. Isso resulta na fusão dos átomos na esfera para se tornarem átomos de hélio, liberando assim uma grande quantidade de energia. Ainda resta o problema de manter a reação sem disparo contínuo dos lasers.

Em seu reator, o plasma se forma à medida que o calor se acumula na esfera. E foi no plasma que os pesquisadores descobriram algo inesperado – os íons dentro dele têm energia mais alta do que a teoria previa, pelo menos durante os estágios de maior desempenho.

Essa descoberta significa que os teóricos terão que voltar aos seus quadros brancos e modificar a teoria antes que mais experimentos possam ser realizados. Mas também oferece motivos para otimismo: ao modificar a teoria para explicar a energia mais alta, os pesquisadores podem encontrar uma maneira de atingir a ignição – o início de uma reação autossustentável.


Publicado em 17/11/2022 16h56

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