Disparar prótons no flúor-19 ajuda a explicar o conteúdo de cálcio na estrela mais antiga observada

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Uma equipe internacional de pesquisadores trabalhando em um local de pesquisa situado a uma milha e meia abaixo das Montanhas Jinping, na China, descobriu, por meio de experimentação, uma provável explicação para as altas concentrações de cálcio observadas na estrela mais antiga conhecida. O grupo descreve seus experimentos na revista Nature. Marco Pignatari e Athanasios Psaltis, da Universidade de Hull e da Universidade Técnica de Darmstadt, respectivamente, publicaram um artigo News and Views descrevendo o trabalho realizado pela equipe na mesma edição da revista.

Pesquisas anteriores sugeriram que as estrelas mais antigas do universo foram formadas apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang. A teoria sugere que todos eles desapareceram há muito tempo, mas seu material provavelmente aparece nas estrelas que nasceram depois. A teoria também sugere que algumas dessas estrelas de última geração ainda podem estar por aí.

Uma dessas estrelas, chamada SMSS0313-6708, data de aproximadamente 13,6 bilhões de anos, o recorde para a estrela mais antiga observada. E porque está a apenas 6.000 anos-luz de distância, os pesquisadores conseguiram estudá-lo com bastante cuidado. E eles descobriram algo estranho – a estrela tem mais cálcio do que o esperado.

Neste novo esforço, os pesquisadores conduziram experimentos subterrâneos (onde há menos interferência da radiação cósmica) para ver se eles poderiam imitar os processos que se acredita ocorrerem nas primeiras estrelas, na esperança de descobrir por que há mais cálcio do que o esperado.

Os experimentos consistiram em disparar prótons no flúor-19, um elemento que foi identificado como um importante ator em estrelas antigas. Quando o elemento é atingido por um próton, uma de duas coisas pode acontecer. A primeira é que um isótopo de oxigênio será produzido. A outra possibilidade é que um isótopo de néon-20 seja produzido junto com um raio gama. O segundo tipo também permite que as estrelas criem elementos pesados quando explodem.

Em seus experimentos, os pesquisadores descobriram que essas reações de “ruptura”, como são chamadas, eram mais fortes do que o esperado, o que eles observam que poderia resultar na criação de mais metais pesados, como o cálcio.


Publicado em 06/11/2022 12h13

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