Prever em quanto tempo o universo pode entrar em colapso se a energia escura tiver quintessência

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Um trio de astrofísicos, dois de Princeton, o outro da Universidade de Nova York, calculou estimativas de quanto tempo o universo poderia entrar em colapso se as teorias sobre a energia escura como tendo quintessência estiverem corretas. Em seu artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, Cosmin Andrei, Anna Ijjas e Paul Steinhardt sugerem que pode ser daqui a 100 milhões de anos.

Nas últimas décadas, pesquisadores encontraram evidências da expansão do universo – objetos distantes estão se distanciando ao longo do tempo. Albert Einstein previu que esse seria o caso e sugeriu que a força que separa tudo no universo é algo chamado energia escura. Ele também sugeriu que sua força era constante, o que significaria que o universo se expandiria para sempre. Desde aquela época, outros sugeriram que talvez a energia escura, se realmente existe, pode não ser uma constante, afinal. E se fosse esse o caso, talvez algum dia o universo desacelerasse e talvez até parasse de se expandir, e/ou se invertesse, permitindo que o universo se contraísse até ser reduzido a uma única entidade. Os proponentes de tal teoria descrevem a energia escura como tendo um campo dinâmico que eles chamam de quintessência – uma propriedade que permitiria a expansão ou contração do universo. E estudando evidências coletadas sobre o universo conhecido, eles descobriram que a teoria é tão sólida quanto a que propõe a energia escura como uma constante.

Nesse novo esforço, o trio de pesquisa se perguntou quanto tempo pode levar o universo para desacelerar, parar, começar a se contrair e, eventualmente, atingir um único ponto se a energia escura tiver quintessência. Para vislumbrar tal ideia, eles construíram um modelo do universo – um que usava dados reais descrevendo características do universo conhecido. Mostrou-lhes que, se a ideia de quintessência for verdadeira, então o universo já pode estar diminuindo sua aceleração. Também mostrou que poderia desacelerar até parar em aproximadamente 65 milhões de anos – e poderia começar a se contrair daqui a 100 milhões de anos. A teoria, como a que sugere que a energia escura é uma constante, não pode ser comprovada, pois não há como testá-la. Os astrofísicos precisam confiar em sinais vindos de anos-luz de distância, o que sugere que, se o universo estiver se contraindo, não poderemos medi-lo por milhões de anos.


Publicado em 04/05/2022 13h05

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