Impressionante imagem de satélite mostra imenso poder de ondas monstruosas de 7 andares em Portugal

Uma imagem de satélite de ondas maciças de 7 andares colidindo com a costa portuguesa perto da Nazaré em 29 de outubro de 2020. (Crédito da imagem: Lauren Dauphin/NASA Earth Observatory/Landsat 8)

Um surfista de 18 anos surfou uma onda recorde de 101 pés no dia em que esta imagem foi tirada.

A NASA divulgou uma imagem impressionante da costa de Portugal, mostrando o imenso poder das ondas gigantescas de sete andares de altura enquanto se chocavam com a costa. A imagem, tirada em 2020, foi capturada no mesmo dia em que um surfista de 18 anos supostamente surfou uma onda recorde de 30,9 metros na área.

A foto, que foi capturada pelo satélite Landsat 8 em 29 de outubro de 2020, mostra uma espessa faixa de espuma branca que foi deixada para trás pelas ondas enormes que quebravam ao longo da famosa Praia do Norte (Praia do Norte) na Nazaré – amplamente considerado um dos melhores locais do mundo para o surf de ondas grandes. A imagem também mostra que as ondas ferozes rasgaram o sedimento do fundo do mar ao redor em enormes plumas submarinas que se estendiam a cerca de 10 quilômetros da costa, de acordo com uma declaração do Observatório da Terra da NASA.

As ondas na Nazaré atingem frequentemente alturas superiores a 15 m nos meses de inverno devido a um desfiladeiro submarino a menos de um quilómetro da costa que canaliza a energia das ondas. Mas as ondas de 29 de outubro foram reforçadas por ventos fortes dos remanescentes do furacão Epsilon, que atingiu Bermudas e partes da América do Norte em 2020, segundo o comunicado.

Uma foto de satélite mais recente da Nazaré tirada em 5 de fevereiro de 2022, mostrando as condições típicas das ondas durante os meses de inverno. (Crédito da imagem: Lauren Dauphin/NASA Earth Observatory/Landsat 8)

Passeio recordista

A imagem foi tirada no mesmo dia em que o surfista português António Laureano partiu para enfrentar as grandes ondas da Nazaré e surfou uma ondulação potencialmente recorde. O surfista, que tinha apenas 18 anos na época, disse que teve sorte de ter saído na hora certa para pegar a onda gigantesca, que foi a maior do dia. “Assim que comecei a surfar naquela onda, percebi que era enorme”, disse Laureano ao Surfer Today em 2020. “Mas foi só quando eu terminei de surfar que entendi o que havia conquistado”.

Depois de voltar para casa, Laurano enviou um vídeo da onda para pesquisadores da Universidade de Lisboa, em Portugal, que analisaram o tamanho do swell com um software que usa a altura do surfista para determinar a extensão da onda. “Usamos a altura do surfista como referência de escala e depois procuramos a crista da onda [o ponto mais alto] e o vale [o ponto mais baixo]”, disse Miguel Moreira, oceanógrafo da Universidade de Lisboa, ao Surfer Today em 2020.

O software indicou que a onda media 101,4 pés (30,9 m) de altura. Isso a torna a maior onda já surfada por um ser humano, embora não seja oficialmente reconhecida pela World Surf League (WSL) devido à forma como os pesquisadores analisaram a altura da onda, segundo o Surfer Today.

A maior onda oficial já surfada foi uma onda de 24,4 m, também na Nazaré, surfada pelo surfista brasileiro Rodrigo Koxa em 2017. Isso porque o WSL mede a altura das ondas em relação ao nível do mar, que pode ser feito por oficiais da costa ou atrás da onda quando ela quebra. Infelizmente, nenhum oficial da WSL estava na Nazaré no dia do surf de Laurano, então o recorde permanece não verificado.

Os espectadores reúnem-se numa plataforma de observação na Nazaré para assistir ao surf de ondas grandes. (Crédito da imagem: Shutterstock)

As ondas monstruosas da Nazaré

A razão pela qual as ondas são tão grandes na costa da Nazaré é por causa do Canyon da Nazaré, que tem cerca de 230 km de comprimento e 5 km de profundidade, de acordo com o Instituto Hidrográfico Português.

Quando uma onda se move pela área, a parte mais profunda da onda dentro do cânion permanece com a mesma velocidade que estava em mar aberto, mas a parte superior da onda acima do cânion diminui. Isso faz com que a onda mude de direção ou se curve na direção sudoeste. No entanto, outras ondas que não passam pelo cânion permanecem na direção noroeste. Quando uma onda de sudoeste e uma onda de noroeste se juntam ao mesmo tempo, elas se combinam em uma onda superdimensionada, como a surfada por Laureano, segundo o Observatório da Terra.

Essas ondas superdimensionadas normalmente só se formam nos meses de inverno, porque durante os meses de verão as mudanças nas correntes oceânicas significam que as ondas que chegam não viajam pelo cânion da mesma maneira.

As alterações climáticas podem afetar a intensidade e a frequência das ondas gigantes na Nazaré no futuro, de acordo com a investigação. Um estudo publicado na revista Science Advances em junho de 2020 revelou que as condições extremas de ondas já aumentaram entre 5% e 15% devido a ventos e correntes mais fortes causados pelo aumento da temperatura do oceano.


Publicado em 03/03/2022 20h40

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