Médicos dizem que efeitos duradouros mostram que a terapia CAR-T pode ‘curar’ alguns pacientes
Em 2010, dois pacientes com câncer no sangue receberam uma imunoterapia experimental e seus cânceres entraram em remissão. Dez anos depois, as células imunes de combate ao câncer usadas na terapia ainda estavam por aí, um sinal de que o tratamento pode ser duradouro, relatam pesquisadores em 2 de fevereiro na Nature.
O morador da Califórnia, Doug Olsen, foi um dos pacientes. “Do ponto de vista de um paciente, quando lhe dizem que você está praticamente sem opções, o importante é sempre manter a esperança. E, certamente, eu esperava que isso funcionasse”, disse Olsen em uma entrevista coletiva em 1º de fevereiro.
O tratamento, conhecido como terapia com células CAR-T, usou as próprias células imunes geneticamente modificadas dos pacientes para rastrear e matar células cancerígenas. Com base nos resultados, “agora podemos concluir que as células CAR-T podem realmente curar pacientes com leucemia”, disse o imunologista de câncer e coautor do estudo Carl June, da Universidade da Pensilvânia, no briefing.
Olsen e o outro paciente tinham leucemia linfocítica crônica. Ambos responderam bem ao tratamento inicial. Mas não estava claro por quanto tempo as células modificadas permaneceriam, impedindo o retorno do câncer.
Médicos e pesquisadores de câncer “não usam palavras como “curar” de maneira leve ou fácil”, disse o oncologista e coautor do estudo David Porter, da Universidade da Pensilvânia, no briefing. Mas com os dois pacientes permanecendo livres do câncer por mais de uma década, disse ele, a terapia funcionou “além de nossas expectativas mais loucas”.
A maior decepção é que a imunoterapia não funciona para todos, acrescentou Porter. Algumas pessoas não respondem ao tratamento. Outros podem desenvolver efeitos colaterais perigosos. Mas os pesquisadores estão “começando a aprender o mecanismo de por que e como funciona, para que possamos começar a entender como fazê-lo funcionar para mais pessoas”, disse ele.
Publicado em 06/02/2022 19h04
Artigo original:
Estudo original: