Satélites da SpaceX interrompem a capacidade de detectar asteróides assassinos, dizem cientistas

Imagem por NSF/CTIO/AURA/DELVE

Não é nenhum segredo que as crescentes constelações de satélites têm causado estragos nas observações astronômicas nos últimos dois anos.

Agora, os astrônomos estão alertando que os satélites de internet Starlink da SpaceX podem interferir em sua capacidade de detectar asteroides em direção à Terra – um desenvolvimento preocupante, já que a SpaceX planeja lançar milhares, senão dezenas de milhares de satélites nos próximos anos.

Em um novo estudo publicado no The Astrophysical Journal Letters, os astrônomos detectaram “5.301 faixas de satélite que podem ser atribuídas aos satélites Starlink” em observações feitas pela Zwicky Transient Facility (ZTF), uma câmera de campo extremamente amplo que varre todo o céu do norte a cada dois dias.

A grande maioria das listras apareceu em observações feitas ao amanhecer ou na poeira, um período crucial para “detectar asteroides potencialmente perigosos vindos da direção do Sol”, de acordo com Space.com.

Mas os riscos são, felizmente, pequenos – pelo menos por enquanto.

“Há uma pequena chance de perdermos um asteroide ou outro evento escondido atrás de uma sequência de satélites, mas comparados ao impacto do clima, como um céu nublado, esses são efeitos bastante pequenos para o ZTF”, Tom Prince, co-autor do artigo e um professor de física da Caltech, disse em um comunicado.

Até o momento, a SpaceX lançou pouco menos de 1.500 satélites, com 272 a caminho de suas órbitas operacionais.

A empresa espacial levou a sério as preocupações da comunidade de astronomia desde o lançamento de seu primeiro lote em fevereiro de 2018. No início de 2020, a SpaceX começou a testar viseiras solares para impedir que a luz solar fosse refletida de volta ao solo.

De acordo com as descobertas do estudo, as viseiras tiveram um efeito, reduzindo o brilho dos satélites para aproximadamente um quinto em comparação com o design original.

Embora seja certamente um passo na direção certa, os satélites Starlink ainda são muito brilhantes – e podem atrapalhar outras observações cruciais.


Publicado em 23/01/2022 19h03

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