Modelo sugere diferenças entre o lado próximo e o lado distante da lua devido a um impacto cósmico há milhões de anos

Fig. 1: Comparação entre assimetrias composicionais observadas e modeladas. Crédito: DOI: 10.1038/s41561-021-00872-4

Uma equipe de pesquisadores afiliados a várias instituições na China e uma na Austrália criou um modelo para explicar as diferenças encontradas nos lados próximo e distante da lua. Em seu artigo publicado na revista Nature Geoscience, o modelo mostra que um enorme impacto cósmico há milhões de anos poderia explicar o que é visto na superfície da lua hoje.

Por muitos anos, os cientistas assumiram que a lua parecia praticamente a mesma do lado próximo ou distante, mas depois as sondas descobriram que não era o caso. Houve diferenças na aparência da superfície e nas rochas e materiais situados na superfície. As descobertas desencadearam especulações para explicar a diferença. No entanto, a maioria dos cientistas chegou a concordar que, durante seus primeiros anos, a lua estava em um estado primordial, o que significa que todo o material que a cobria teria se misturado em uma mistura agradável e uniforme que teria sido sustentada à medida que a lua esfriava e a superfície endureceu. Isso significava que as diferenças vistas em diferentes lados da lua surgiram depois que a lua esfriou. Alguns sugeriram que as diferenças se deviam a um impacto cósmico no pólo sul. Observações mostraram que um grande impacto ocorreu há mais de 4 bilhões de anos, criando a Bacia de Aitken. Mas como tal impacto poderia criar as condições encontradas hoje ainda era um mistério.

Nesse novo esforço, os pesquisadores levaram em consideração todos os fatores conhecidos e os colocaram em um modelo para simular um grande impacto cósmico. Sua simulação mostrou que um impacto tão grande resultaria em muito calor, o suficiente para reiniciar a convecção que ocorreu durante os estágios iniciais da lua. Mas a simulação também mostrou que o material do corpo que colidiu com a lua teria entrado no interior da lua, impedindo a ocorrência de convecção. Também mostrou o material estranho se espalhando do centro da área de colisão. Em seguida, mostrou que, à medida que a convecção continuava, o material das profundezas da lua chegou à superfície do outro lado da lua, criando as diferenças observadas hoje.


Publicado em 13/01/2022 18h46

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